Política

Temporal reacende crise da energia e deixa milhares sem luz na Grande SP

Chuva intensa e ventos fortes provocaram novo apagão na região metropolitana; Osasco foi o município mais afetado, segundo a Enel  |  Foto:Reprodução/Rebeca Ligabue/Metrópoles

Publicado em 28/12/2025, às 09h03   Foto:Reprodução/Rebeca Ligabue/Metrópoles   Érica Sena

A forte chuva acompanhada de ventania que atingiu a cidade de São Paulo e municípios da região metropolitana na tarde deste sábado (27) deixou cerca de 160 mil domicílios sem energia elétrica.

O temporal durou aproximadamente 45 minutos, mas foi suficiente para reacender o temor de um novo apagão, semanas após o colapso no fornecimento causado por um ciclone extratropical no início do mês.

De acordo com a concessionária Enel, responsável pela distribuição de energia na Grande São Paulo, aproximadamente 158 mil endereços estavam sem luz por volta das 17h, o que representa 1,86% do total de clientes atendidos.

Até as 16h45, o Corpo de Bombeiros havia registrado ao menos 55 ocorrências de queda de árvores, reflexo da força dos ventos, como citado pelo site Metrópoles.

Osasco lidera impacto proporcional

Entre os municípios afetados, Osasco apresentou o maior impacto proporcional. Segundo a Enel, cerca de 12 mil domicílios estavam sem energia no início da noite, o equivalente a 3,8% do total de consumidores da cidade. Outros bairros da capital e cidades vizinhas também enfrentaram interrupções pontuais no fornecimento.

Diante da intensidade das chuvas, a Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu um alerta preventivo para risco de alagamentos em diferentes regiões da capital, reforçando orientações para que a população evitasse áreas sujeitas a enchentes.

Contrato da Enel volta ao centro do debate

Foto: Arquivo pessoal

O novo episódio ocorre em meio à contestação do contrato da Enel por parte da Prefeitura de São Paulo e do governo estadual. As gestões pressionam o Ministério de Minas e Energia pelo encerramento da concessão, após sucessivas falhas no serviço.

No dia 10 de dezembro, rajadas de vento provocaram o maior apagão recente na região metropolitana, deixando cerca de 2,2 milhões de imóveis sem energia no pico da crise. Desde então, o debate sobre a caducidade do contrato ganhou força, em um contexto marcado por disputas políticas e pela proximidade das eleições de 2026.

Entenda o que é caducidade

A caducidade é o rompimento antecipado de um contrato de concessão por descumprimento de obrigações. No setor elétrico, o processo só pode ser iniciado após apuração administrativa conduzida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que garante direito de defesa à concessionária.

Em nota recente, a Aneel informou que a Enel está sendo avaliada dentro do processo de monitoramento aberto após o último apagão. Já a empresa afirmou que defende uma análise ampla para enfrentar, de forma estrutural, os desafios do fornecimento de energia em uma metrópole como São Paulo.

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