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Anéis encontrados por arqueólogos podem estar ligados à ritual em Jerusalém

Ambas as joias foram encontradas na Cidade de Davi. - (Imagem: Reprodução/@universocurioso
Peças de 2.300 anos encontradas na Cidade de Davi podem ter sido usadas em cerimônias de transição da infância para a vida adulta.  |   BNews SP - Divulgação Ambas as joias foram encontradas na Cidade de Davi. - (Imagem: Reprodução/@universocurioso

Publicado em 30/05/2025, às 11h31   Giovana Sedano



Uma descoberta recente no coração de Jerusalém está lançando uma nova luz sobre os hábitos e rituais da antiguidade. Arqueólogos encontraram um anel de ouro com uma pedra vermelha, datado de aproximadamente 2.300 anos. O mais impressionante? A peça é praticamente idêntica a outro anel desenterrado no mesmo local menos de um ano antes.

Esse achado inesperado sugere não apenas um padrão de uso, mas também um alto nível de habilidade artesanal no período helenístico inicial.

O mistério dos anéis gêmeos

Os dois anéis possuem o mesmo estilo: uma pedra vermelha incrustada e estrutura de ouro aparentemente intacta, mesmo após mais de dois milênios enterrados. Especialistas acreditam que foram produzidos com uma técnica sofisticada para a época, envolvendo o martelamento de folhas de ouro sobre uma base metálica.

A resistência dessas peças comprova a habilidade dos ourives daquele tempo e a importância simbólica das joias em contextos sociais e religiosos.

Uma janela para a Jerusalém helenística

Ambas as joias foram encontradas na Cidade de Davi, uma das áreas mais antigas de Jerusalém, situada dentro do Parque Nacional das Muralhas. O local já revelou outros artefatos, como brincos de bronze, uma conta de ouro decorada e um raro brinco em formato de animal com chifres. Todos esses itens apontam para o Período Helenístico Inicial (332 a 141 a.C.), quando a influência grega era predominante na região.

Pesquisadores levantam a hipótese de que essas joias estavam relacionadas a rituais de passagem de jovens mulheres. Segundo registros históricos, era comum que noivas enterrassem objetos simbólicos ao construir um novo lar. O gesto representava o fim da infância e o início da vida adulta, num momento marcado por tradição e transformação.

Memória enterrada

A prática de enterrar joias como essas pode ter sido mais do que simbólica, talvez um pedido de proteção, fertilidade ou prosperidade para o novo ciclo. O cuidado na confecção e a preservação desses objetos indicam o valor emocional e cultural que carregavam.

Essa descoberta oferece novas pistas sobre a sociedade de Jerusalém há mais de dois mil anos. Ao conectar esses objetos com práticas documentadas em textos antigos, os arqueólogos estão reescrevendo e enriquecendo a história de uma das cidades mais emblemáticas do mundo antigo.

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