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Brasileira perde cargo de freira após ser considerada “bonita demais”; veja denúncia

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A brasileira Aline Pereira Ghammachi, de 41 anos, ganhou destaque nas redes sociais após sua demissão do cargo de madre-abadessa na Itália  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Redes sociais
Marcela Guimarães

por Marcela Guimarães

Publicado em 14/05/2025, às 14h14



A brasileira Aline Pereira Ghammachi, de 41 anos, ganhou destaque nas redes sociais após sua demissão do cargo de madre-abadessa no Mosteiro San Giacomo di Vegli, localizado na Itália.

Conhecida como a “freira bonita e jovem demais”, ela foi afastada da comunidade religiosa após ser alvo de denúncias anônimas envolvendo supostos maus-tratos. Decepcionada, Aline nega todas as acusações envolvendo seu nome e afirma estar passando por perseguição.

Em entrevistas à imprensa internacional, relatou que a primeira denúncia ocorreu em 2023 por meio de uma carta anônima enviada ao papa Francisco que dizia que ela “destratava e manipulava as irmãs do mosteiro e ocultava o orçamento do local”. Sem provas, o caso foi arquivado.

Ela também revelou que o abade-chefe da ordem religiosa e responsável pelo mosteiro frequentemente fazia comentários sobre sua aparência. Segundo a ex-abadessa, ele dizia que ela era “bonita e jovem demais” para ocupar uma posição de liderança ou até mesmo para ser religiosa. “Falava em tom de piada, rindo, mas me expôs ao ridículo”, afirmou Aline.

No ano seguinte, em 2024, o Vaticano teria enviado uma representante para avaliar a situação no mosteiro. A conclusão do relatório dizia que Aline era uma pessoa desequilibrada e que as irmãs tinham medo dela”. Ela foi oficialmente removida do posto aproximadamente um ano depois. Em seu lugar, foi nomeada uma madre-abadessa de 81 anos.

A sucessora assumiu a função no dia 21 de abril, mesmo dia da morte de papa Francisco. A nova líder teria afirmado que estava ali em nome do pontífice.

A ex-abadessa contestou: “Isso aconteceu num dia de luto para a Igreja e num dia em que nós não poderíamos recorrer a ninguém. Chega essa comissária e se diz representante de uma pessoa que não existe mais”.

Justiça?

No dia 28 de abril, Aline oficialmente deixou o mosteiro. Sua saída não foi solitária — outras 11 freiras também abandonaram o local como protesto. Depois de ser afastada da liderança religiosa, ela foi acolhida por familiares em Milão e seguiu para o Vaticano para acompanhar de perto a eleição de Leão XIV.

“Estamos até recorrendo no Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica. Por que aconteceu? Porque eu sou mulher, porque eu sou jovem e porque, principalmente nesse contexto, sou brasileira”, afirmou.

Aline nasceu no Amapá e possui formação em Administração de Empresas, embora tenha dedicado praticamente toda a sua vida à religião. Em 2018, com apenas 33 anos, alcançou um marco histórico ao virar a madre-abadessa mais jovem da Itália.

Sua missão começou em um mosteiro enfrentando sérias dificuldades financeiras. Liderando uma comunidade com pouco mais de 20 freiras e noviças, a brasileira promoveu uma revolução: a instituição passou a ser economicamente independente e também começou a oferecer suporte a mulheres vítimas de violência.

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