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O novo thriller “Casa de Dinamite”, dirigido por Kathryn Bigelow e atualmente o filme mais assistido da Netflix no mundo, apresenta ao público em um cenário tenso de crise global.
Na trama, os Estados Unidos precisam reagir a um possível ataque nuclear em questão de minutos. Um suspense que pode até parecer “forçado", mas tem raízes reais.
De acordo com a Rolling Stone, o longa se apoia em extensa pesquisa e recria com realismo o protocolo americano diante de uma ameaça nuclear. Confira o que é verdade e o que é “liberdade criativa” no filme:
Em entrevista para a Variety, o roteirista Noah Oppenheim defendeu que a produção é “bastante precisa”, baseada em pesquisas com especialistas que atuaram nessas funções.
Porém, a Agência de Defesa Antimísseis dos EUA (MDA) contestou o filme, alegando que sua tecnologia possui “taxa de precisão de 100% em testes há mais de uma década”.
A estrutura narrativa reforça essa sensação de urgência: o longa é dividido em três blocos de 19 minutos, o tempo que os personagens têm para evitar a catástrofe.
Segundo a Nuclear Threat Initiative (NTI), um míssil pode cruzar o planeta em até 30 minutos e, se lançado de um submarino próximo, o impacto seria ainda mais rápido, o que torna o cenário do filme plausível.
Mas parte da força de “Casa de Dinamite” vem de um acontecimento real.
Segundo o UOL, o roteirista se inspirou em episódios da Guerra Fria, especialmente no caso do tenente-coronel soviético Stanislav Petrov.
Em 26 de setembro de 1983, Petrov ignorou um alerta de ataque nuclear que, segundo os radares, indicava o lançamento de mísseis dos EUA.
Desconfiando da precisão do sistema, ele apostou na própria intuição e impediu que a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) ordenasse um contra-ataque, ao decidir não notificar seus superiores.
Minutos depois, descobriu-se que o alerta fora causado pelo reflexo da luz solar nas nuvens.
Bigelow, vencedora do Oscar por "Guerra ao Terror" (2008), usa essa inspiração para levantar uma questão inquietante: e se a tecnologia falhasse novamente e alguém tivesse que escolher entre obedecer ordens ou evitar o fim da humanidade?
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