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Caso Eloá: diário escondido por 17 anos revela problemas enfrentados pela jovem

Foto: Divulgação/Netflix
Caderno mostrado pela primeira vez em documentário traz confissões de medo e sinais de controle emocional vividos por Eloá antes do sequestro  |   BNews SP - Divulgação Foto: Divulgação/Netflix
Ana Caroline Alves

por Ana Caroline Alves

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Publicado em 13/11/2025, às 15h07



O documentário Caso Eloá – Refém ao Vivo, recém-lançado pela Netflix, reacendeu a discussão sobre um dos crimes mais marcantes do país, e revelou um novo elemento que muda o entendimento sobre a história.

 Pela primeira vez, o público teve acesso ao diário de Eloá Cristina Pimentel, escrito pouco antes de ela ser sequestrada e morta pelo ex-namorado Lindemberg Alves, em 2008. O conteúdo inédito mostra a jovem tentando lidar com sentimentos confusos, inseguranças e um relacionamento já marcado por medo e manipulação.

Anotações íntimas revelam medo, controle e isolamento

De acordo com informações do Correio, no diário, Eloá escreve sobre situações cotidianas da adolescência: a escola, os amigos, os sonhos, mas também deixa entrever episódios de ciúme e controle vindos de Lindemberg. Em diversos trechos, ela demonstra preocupação com a reação dele a pequenas atitudes, como sair com colegas ou demorar a responder mensagens.

Esses registros, agora analisados por especialistas entrevistados no documentário, indicam que a violência psicológica começou muito antes do cárcere. O caderno, guardado pela família por 17 anos, funciona como um retrato doloroso de uma relação abusiva que piorava aos poucos, sem que ninguém percebesse a gravidade dos sinais.

Família quebra o silêncio 

Na produção da Netflix, os pais de Eloá, Ana Cristina e Everton, e o irmão Douglas falam sobre a perda e sobre o sentimento de que a história da jovem foi transformada em espetáculo. Durante o sequestro, a cobertura da imprensa, transmitida ao vivo por mais de cem horas, interferiu na negociação e gerou críticas à polícia e aos jornalistas envolvidos.

A ausência de Nayara Silva, amiga que também foi feita refém, é explicada pela escolha dela de não reviver o trauma publicamente.

Mais do que reconstituir erros da operação e da mídia, Caso Eloá – Refém ao Vivo devolve à vítima a voz que nunca pôde ser ouvida.

O diário mostra quem era Eloá fora das manchetes: uma adolescente comum, que tentava pedir ajuda por meio das próprias palavras, e ficam como alerta sobre a urgência de reconhecer os sinais de abuso ainda na juventude.

Classificação Indicativa: Livre

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