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Os resultados preliminares do Censo Demográfico 2022 sobre Trabalho e Rendimento, divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira, 9 de outubro, revelam grandes contrastes na distribuição da renda do trabalho no Brasil.
Nova Lima, em Minas Gerais, lidera o ranking nacional, com uma média mensal de R$ 6.929, em valores nominais, ou seja, sem ajuste pela inflação.
Entre os dez municípios com maiores rendimentos, apenas cidades das regiões Sudeste e Sul aparecem. São Caetano do Sul (SP) ficou em segundo lugar, com R$ 6.167, enquanto Santana de Parnaíba (SP) ocupou a terceira posição, com R$ 6.081.
Em seguida aparecem Petrolândia (SC), Vespasiano Corrêa (RS), Tunápolis (SC), Marema (SC), Niterói (RJ), Nova Ramada (RS) e Vitória (ES), todas com valores acima de R$ 5.200.
Esses números indicam um forte peso econômico concentrado nessas regiões, reforçando desigualdades já conhecidas do mercado de trabalho brasileiro.
Na outra ponta, todos os dez municípios com as menores remunerações estão localizados no Nordeste. Cachoeira Grande, no Maranhão, apresenta a menor renda média do país: apenas R$ 759 por mês.
Na sequência aparecem Caraúbas do Piauí (PI), Mulungu do Morro (BA), Bacurituba (MA), São João do Arraial (PI), Betânia do Piauí (PI), São José do Piauí (PI), Salitre (CE), Tomar do Geru (SE) e Cedral (MA), todos com valores inferiores a R$ 880.
A diferença entre os extremos é expressiva. O trabalhador de Nova Lima recebe 813% a mais que o de Cachoeira Grande, um reflexo direto das desigualdades regionais do país.
Em média, o rendimento do trabalho no Brasil foi de R$ 2.851 em 2022. Em 520 municípios, o valor declarado ficou abaixo do salário mínimo da época, de R$ 1.212. Três em cada quatro reais da renda domiciliar vieram do trabalho, enquanto o restante teve origem em aposentadorias, pensões, programas sociais e aluguéis.
Essa participação varia bastante entre regiões. No Nordeste, 67,9% da renda das famílias provém do trabalho, enquanto no Centro-Oeste essa fatia chega a 80,6%. Entre os estados, o Piauí tem a menor participação (64,3%) e Mato Grosso a maior (84,5%), segundo o InfoMoney.
Os municípios com maior dependência da renda do trabalho estão concentrados no Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso, com destaque para Querência, onde 93,7% da renda domiciliar vem do mercado. Já as cidades com menor participação estão no Nordeste, em sua maioria no Piauí, com índices abaixo de 32%.
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