Entretenimento
por Marcela Guimarães
Publicado em 19/11/2025, às 12h32 - Atualizado às 12h33
Diretor de “Wicked”, Jon M. Chu entrou cedo no universo de Hollywood. Ele brinca que “recebeu a armadura do Homem de Ferro” sem saber usá-la.
Desde então, passou por documentários, séries, sequências de “Se Ela Dança, Eu Danço”, a comédia “Podres de Ricos” e o musical “Em um Bairro de Nova York”.
Mais para frente, ainda tem “Hot Wheels”, a continuação de “Podres de Ricos” e um filme biográfico de Britney Spears.
Apesar da fama de sua carreira, Chu reconhece o peso emocional de comandar a adaptação cinematográfica de “Wicked”.
“Todos nós sabíamos que esses filmes eram maiores do que nós. São esses os filmes que nossos tataranetos vão assistir”, disse ele, que não quer ficar preso a um único rótulo.
“Eu espero que as pessoas fiquem confusas sobre os filmes que farei a seguir, porque é assim que quero crescer como um contador de histórias”, comentou.
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Aos 46 anos, o diretor costuma dizer que “Wicked” o acompanhou literalmente. Ele teve três filhos durante as filmagens e não compareceu à pré-estreia do primeiro filme em 2024 porque seu caçula, Stevie, nasceu no mesmo dia.
Agora, um ano depois, ele viaja pelo mundo para apresentar o fim da história que há mais de duas décadas é a queridinha da Broadway.
O segundo filme, que estreia nesta quinta-feira (20), traz de volta a decisão inicial de dividir o musical em duas produções rodadas ao mesmo tempo.
Desta vez, a história se alinha aos eventos de “O Mágico de Oz”, sem transformar Dorothy em protagonista. Elphaba (Cynthia Erivo), vista como a Bruxa Má, luta pelos direitos dos animais, enquanto Glinda (Ariana Grande) consolida a imagem de Bruxa Boa.
“No primeiro filme, tínhamos a versão de conto de fadas. No segundo é onde tudo se quebra. Ainda é possível ter esperança e ser feliz em um mundo que é um caos ao seu redor?”, questionou Chu.
As novas canções ajudam a preencher um lado emocional, como “No Place Like Home”, que nasce do desejo de Elphaba de estar em um lugar onde pertença. “Meus pais foram imigrantes… Como filho de imigrantes, às vezes eu me pergunto”, disse Chu.
Para Glinda, “The Girl in the Bubble” marca o instante em que ela realmente decide honrar o título de Bruxa Boa. “Há momentos em que ela quase sai da bolha, mas quando ela realmente sai, podemos sentir? Então isso se tornou uma canção”.
Entre as expansões da história, o diretor cita a decisão de colocar Glinda presente no reencontro entre Elphaba e o Mágico (Jeff Goldblum).
A Bruxa Má quase cede à manipulação novamente, algo que a direção precisou rever. “Como diabos você tem um filme inteiro mostrando que o Mágico é falso e, 20 minutos depois, ela acredita nele de novo?”, indagou Chu.
Para resolver isso, Glinda agora fica no centro da história. Daí vieram novas cenas e novos diálogos. “‘Wonderful’ não pode ser só a música do Mágico. Tem que ser sobre trabalhar dentro do sistema, sobre o fato de que as pessoas não querem saber a verdade”, comentou o diretor.
Para Chu, o segundo filme existe para levantar perguntas, e não respostas. “Ser corajoso não é tão fácil. A realidade é muito mais difícil”.
Ele acredita que o público poderá criar sua própria leitura, inclusive espiritual, do fim da parceria entre Glinda e Elphaba.
“As pessoas podem interpretar a história de forma espiritual… Elphaba pode ser Jesus se você quiser… Você tem o poder. E agora, o que vai fazer?”, revelou ele.
Ao olhar para a frente, Jon M. Chu espera continuar se reinventando. “Eu espero ter muitas bombas e muitas vitórias, e ainda estar filmando quando tiver 80 anos”.
*Com informações do portal Terra
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