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"Eddington": entenda significado do novo filme protagonizado por Joaquin Phoenix que estreia hoje no Brasil

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O novo filme de Ari Aster mistura paranoia da pandemia, crítica social e um desfecho caótico que escancara a alienação coletiva  |   BNews SP - Divulgação Reprodução/A24
Ana Caroline Alves

por Ana Caroline Alves

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Publicado em 13/11/2025, às 15h11



Ari Aster volta a provocar debates intensos com Eddington, seu quarto longa-metragem e talvez o mais polêmico da carreira. O diretor de Hereditário (2018), Midsommar (2019) e Beau Tem Medo (2023) abandona o horror tradicional para mergulhar em uma comédia sombria sobre o colapso moral e ideológico em plena pandemia da COVID-19.

Ambientado em maio de 2020, o filme retrata uma pequena cidade do Novo México onde discussões sobre máscaras, movimentos sociais, teorias da conspiração e política local se cruzam em meio ao caos. O resultado é uma sátira afiada sobre o medo, a desinformação e a busca desesperada por controle em tempos de incerteza.

Do colapso político à violência desmedida

O protagonista, Joe Cross (Joaquin Phoenix), é o xerife de Eddington, um homem paranoico e resistente às medidas sanitárias, que passa as noites afundado nas redes sociais e fake news. Sua esposa, Louise (Emma Stone), evita o marido, enquanto a sogra, Dawn (Deirdre O’Connell), é uma conspiracionista fanática.

Quando o prefeito Ted Garcia (Pedro Pascal) anuncia a construção de um gigantesco data center, Joe enxerga a oportunidade de enfrentá-lo politicamente. Mas a disputa eleitoral se transforma em um pesadelo: movido por raiva, o xerife assassina Ted e o filho, gerando uma onda de caos e violência que destrói a cidade.

O enigma do data center e o verdadeiro horror de Eddington

No desfecho, Joe sobrevive, mas fica preso a uma cadeira de rodas, ironicamente sendo eleito prefeito sob o comando da sogra. O data center, erguido no deserto com luzes intensas e aparência quase divina, é a peça-chave do filme.

Segundo a Entertainment Weekly, Aster explicou que a construção simboliza o domínio das forças impessoais do capital e da tecnologia, que controlam os personagens enquanto eles se autodestroem em guerras ideológicas vazias. O verdadeiro vilão, portanto, não é Joe, mas a alienação coletiva que consome toda forma de empatia.

Com Eddington, Ari Aster transforma a paranoia da pandemia em uma fábula sobre o poder das corporações, a manipulação digital e a solidão moderna. Em tempos de inteligência artificial e controle de dados, o diretor entrega uma obra provocadora que reflete o medo do mundo contemporâneo.

O filme já está em cartaz nos cinemas brasileiros.

Classificação Indicativa: Livre

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