Entretenimento
por Camila Lutfi
Publicado em 22/08/2025, às 06h00
Os motoristas brasileiros já estão abastecendo seus carros com uma nova mistura de gasolina com etanol, a E30. A mudança no combustível foi implementada no início de agosto.
Parte da iniciativa governamental "Combustível do Futuro", para diminuir a dependência de combustíveis fósseis, agora 30% de etanol anidro fica misturado à gasolina.
A mudança foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), mas ainda gera dúvidas entre os motoristas sobre preços, potenciais prejuízos e se o consumo de combustível sofrerá alterações.
O principal foco do governo com a medida é reduzir as emissões de gás carbônico (CO2) e diminuir a dependência e uso dos combustíveis fósseis.
Ainda assim, a gasolina comum vendida nos postos já possuía etanol em sua composição. Antes da mudança, eram 27% (E27) e a expectativa é de chegar em 35% em 5 anos.
Segundo o Uol, o Ministério de Minas e Energia (MME) também visa uma redução no preço da gasolina, de até R$ 0,11 por litro. No entanto, não é possível afirmar que isso se consolidou durante as primeiras três semanas da nova composição à venda.
Além disso, especialistas entrevistados pelo Uol indicam que o desconto no preço total pode ser anulado pelo aumento do consumo.
Em janeiro deste ano, o Ministério de Minas e Energia solicitou ao Instituto Mauá de Tecnologia um estudo para testar os impactos da mudança em carros e motos que só rodam com gasolina: os veículos monocombustível.
De acordo com o estudo, a autonomia dos veículos testados não variou muito. Em um caso, o consumo foi 2,9% maior; em outro, 1,2% menor.
Em geral, o Instituto Mauá de Tecnologia afirma que “não houve impacto considerável nas emissões e autonomia em ciclos urbano e rodoviário que tenha sido causado pela alteração do combustível de E27 para E30”.
Ao Uol, o engenheiro Gerson Borini, especialista em testes veiculares com 30 anos de experiência na GM, afirmou, no entanto, que a metodologia da pesquisa apresenta falhas graves que comprometem a confiança nos resultados.
Para os carros flex, Borini explicou que a nova gasolina não será um problema. Já os veículos movidos somente à gasolina, em especial os antigos e com carburador, podem sofrer mais.
Os mais vulneráveis serão os modelos fabricados antes de 2005, por exemplo, que não contam com sistemas modernos de correção eletrônica da mistura.
O principal risco seria, segundo ele, o aquecimento excessivo do motor, pois ele teria que trabalhar mais para compensar a energia menor oferecida pelo etanol. Esse processo acelera o desgaste de componentes como pistões, válvulas e sedes.
Vale lembrar que carros modernos, que contam com injeção eletrônica e sensor de oxigênio, minimizam essa diferença e, consequentemente, um possível prejuízo.
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