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Publicado em 30/05/2025, às 14h20 Giovana Sedano
Imagine um mundo sem oceanos separando os continentes. Há cerca de 300 milhões de anos, todos os grandes blocos de terra do planeta estavam unidos em uma única massa continental: a Pangeia.
Esse supercontinente dominava a paisagem terrestre e moldava o clima, os ecossistemas e a própria evolução da vida. A existência da Pangeia nos leva a refletir sobre a incrível dinâmica da Terra e os movimentos lentos, mas poderosos, que transformam nosso planeta ao longo do tempo.
Muito antes das tecnologias modernas, já havia quem percebesse algo estranho nos mapas do mundo. No século 16, o cartógrafo Abraham Ortelius sugeriu que as margens dos continentes pareciam se encaixar como peças de um quebra-cabeça.
Mas foi somente em 1912 que o meteorologista Alfred Wegener propôs a teoria da deriva continental, argumentando que os continentes se movem sobre a superfície terrestre, uma ideia ousada que enfrentou ceticismo por décadas.
Hoje, a ciência já reuniu um arsenal de provas para confirmar a existência da Pangeia. Fósseis idênticos encontrados em continentes diferentes, padrões geológicos semelhantes e registros paleoclimáticos indicam que esses continentes já estiveram unidos. Estudos do campo magnético registrado em rochas antigas mostram que massas de terra estiveram em outras posições no passado, reforçando ainda mais a teoria de Wegener.
Durante sua existência, a Pangeia passou por transformações climáticas significativas, com secas prolongadas no interior e climas sazonais intensos. Essas mudanças afetaram a biodiversidade, levando ao surgimento de novas espécies adaptadas a ambientes extremos.
A formação e desintegração da Pangeia não foram eventos únicos. Elas fazem parte de um ciclo natural da Terra, em que supercontinentes se formam e se desfazem a cada 400 a 600 milhões de anos. Essa dança é movida pela energia interna do planeta, responsável por terremotos, vulcões e a deriva dos continentes.
Geólogos acreditam que os continentes atuais irão, eventualmente, se unir novamente, formando um novo supercontinente, batizado por alguns como "Pangeia Próxima" ou "Pangea Última". Embora isso só deva ocorrer daqui a centenas de milhões de anos, a ideia nos lembra que a Terra está em constante transformação, e que o passado pode, sim, se repetir.
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