Entretenimento
por Marcela Guimarães
Publicado em 12/09/2025, às 19h12
Uma previsão muito famosa de Stephen Hawking (1942–2018) acaba de ser comprovada.
Mais de 50 anos depois, o chamado teorema da área foi validado por cientistas do consórcio internacional LIGO-Virgo-KAGRA.
A pesquisa registra um novo sinal gravitacional, identificado como GW250114. A detecção mostra que, após a fusão de buracos negros, a área de seu horizonte de eventos nunca diminui.
A descoberta foi publicada na revista Physical Review Letters e acontece justamente no marco de dez anos da primeira observação de ondas gravitacionais, feita em 2015.
O fenômeno analisado correspondeu à colisão de dois buracos negros gigantescos, localizados a mais de um bilhão de anos-luz da Terra. Cada um tinha entre 30 e 35 vezes a massa do Sol.
Do impacto, surgiu um único buraco negro, com 63 massas solares e uma rotação vertiginosa de 100 voltas por segundo.
Com as melhorias recentes nos detectores, os pesquisadores conseguiram calcular com excelente precisão a área e a rotação dos objetos.
O resultado foi claro — o buraco negro final apresentava uma área maior que a soma das anteriores, exatamente como Hawking previu em 1971, quando sugeriu que o horizonte de eventos nunca poderia encolher após uma fusão.
A confirmação também destaca o trabalho do matemático Roy Kerr, responsável por explicar que buracos negros só podem ser descritos por dois parâmetros: massa e rotação.
Desde 2015, já foram identificados mais de 300 sinais gravitacionais, mas o GW250114 é considerado o mais nítido de todos.
Para Maximiliano Isi, astrofísico do Flatiron Institute, essa é uma das comprovações mais sólidas conquistadas até hoje: “É a primeira vez que vemos, com tamanha clareza, que um buraco negro pode ser descrito apenas por massa e rotação. Isso é extraordinário”, comentou ele.
A validação experimental do teorema deixa a ciência ainda mais próxima da física moderna, unindo relatividade geral e mecânica quântica.
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