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Se você sente que as quintas-feiras têm sido cada vez mais caóticas no trânsito de São Paulo, não é apenas uma impressão. Dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) confirmam: este dia da semana se consolidou como o mais congestionado da capital paulista. A média de lentidão atinge a marca de 390 km, superando a sexta-feira, que tradicionalmente era o dia mais problemático para circular de carro pela cidade.
A mudança no padrão de tráfego reflete uma adaptação da rotina da população e um fenômeno que especialistas consideram que "veio para ficar".
A principal causa dessa mudança está diretamente ligada à flexibilidade no trabalho e à popularização do home- office desde 2020. Muitas pessoas adotaram o modelo híbrido, optando por trabalhar de casa às segundas e sextas-feiras. Com isso, o fluxo de veículos diminuiu nesses dois dias, concentrando o movimento no meio da semana.
A sexta-feira, que em 2019 registrava uma média de 537 km de lentidão, agora tem a segunda maior média, com 381 km, logo atrás da quinta. Essa nova dinâmica de locomoção tem impactado inclusive rodovias que dão acesso à capital, que também sentem um alívio nos congestionamentos às segundas e sextas.
Essa mudança de comportamento não afeta apenas a rotina de trabalho. O professor Ciro Biderman, diretor da FGV Cidades e especialista em trânsito, aponta que as pessoas estão adaptando suas agendas pessoais, como compromissos médicos, para dias menos caóticos.
Um exemplo notável dessa busca por dias mais livres é a mudança na preferência por placas de veículos. Dados do Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) mostram que os finais 1 e 2, associados ao rodízio de segunda-feira, estão entre os mais procurados por quem emplaca carros zero-quilômetro, reforçando a percepção de que a segunda-feira é vista como um dia menos estressante para se locomover.
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