Entretenimento
por Marcela Guimarães
Publicado em 22/07/2025, às 15h33
Por mais que não dê para perceber essas mudanças no dia a dia, a Terra deve passar por três momentos de aceleração em sua rotação entre julho e agosto de 2025.
De acordo com o Observatório Nacional, vinculado ao Ministério da Ciência e da Tecnologia, essas variações ocorrem com certa frequência e são comuns no meio do ano.
O fenômeno volta a acontecer nesta terça-feira (22), quando o planeta deve girar 1,38 milissegundo mais rápido do que o normal em torno do próprio eixo. Isso significa que o dia será tecnicamente mais curto, embora isso não afete a rotina das pessoas.
A primeira aceleração de rotação em 2025 foi registrada em 9 de julho, com uma variação de -1,30 milissegundo. A próxima (e última do ano) está prevista para 5 de agosto, quando a Terra deve girar -1,51 milissegundo mais rápido do que o normal.
Esses dados fazem parte das medições feitas pelo Observatório Nacional, que monitora o tempo de rotação do planeta.
Desde que começou a registrar essas informações, em 2020, o maior encurtamento de dia já observado ocorreu em 5 de julho de 2024, com uma aceleração de -1,66 milissegundo. Antes disso, o recorde foi em 30 de junho de 2022, com -1,59 milissegundo.
Apesar de a Terra apresentar uma tendência histórica de desaceleração (desde sua formação, há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando completava uma volta em 5 a 10 horas), existem variações que afetam a velocidade de rotação.
“Essas mudanças podem acelerar ou desacelerar a rotação por períodos limitados”, explica o Observatório Nacional.
Terremotos, tsunamis, movimentação do núcleo terrestre, deslocamento de massas de água nos oceanos, mudanças na atmosfera e até mesmo uma oscilação dos polos geográficos causam essas alterações. Todos podem modificar o momento de inércia do planeta, provocando ajustes na rotação.
Mudanças climáticas também possuem impacto nesse processo. Isso ocorre por conta da maré atmosférica, um fenômeno comparável à maré oceânica, mas relacionado ao deslocamento periódico de grandes massas de ar ao redor do globo.
Fernando Roig, pesquisador e diretor substituto do Observatório Nacional, revelou ao UOL que, apesar dessas flutuações, a tendência ainda é de desaceleração. Segundo ele, esse comportamento da Terra é estudado desde o século XVIII e compreendido cientificamente a partir do século XIX.
Atualmente, a Terra completa uma rotação em cerca de 86.400 segundos, o que equivale a 24 horas. As variações detectadas, embora reais, envolvem milissegundos e não alteram a percepção humana do tempo. Mesmo assim, continuam sendo objeto de análise constante por parte da ciência.
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