Entretenimento
por Marcela Guimarães
Publicado em 25/09/2025, às 13h05
O filme “Uma Batalha Após a Outra”, que estreou nesta quinta-feira (25) nos cinemas, é o mais ambicioso de Paul Thomas Anderson, inspirado no romance “Vineland”, de Thomas Pynchon.
Reunindo Leonardo DiCaprio, Sean Penn, Benicio del Toro, Regina Hall, Teyana Taylor e a estreante Chase Infiniti, a obra mistura ação e sátira política.
A superprodução custou entre 130 e 175 milhões de dólares, ou seja, o orçamento mais alto já comandado pelo diretor.
A história começa com Bob Ferguson (Leonardo DiCaprio), militante do grupo revolucionário French 75. Após uma operação malsucedida que resulta na traição e desmanche do movimento, Bob se vê sozinho com a filha bebê, enquanto sua parceira, Perfidia (Teyana Taylor), desaparece.
Cerca de 16 anos depois, o antigo guerrilheiro leva uma vida decadente, mergulhado em drogas e teorias conspiratórias, ao mesmo tempo em que cria a filha adolescente, Willa (Chase Infiniti), na cidade fictícia de Baktan Cross.
É nesse cenário que ressurge o coronel Steven J. Lockjaw (Sean Penn), responsável pela perseguição ao French 75 no passado.
Agora ligado a uma seita ultradireitista chamada Aventureiros Natalinos, composta por políticos e empresários do chamado deep state, Lockjaw lidera uma operação militar que usa como justificativa a caça a minorias e imigrantes.
Entretanto, seu real objetivo é eliminar Willa, convencido de que ela seria sua filha biológica e poderia expor seus segredos.
Ao lado do aliado Sergio St. Carlos (Benicio del Toro), Bob enfrenta uma rede de conspirações que revelam os tentáculos de um Estado paralelo que é movido por racismo e poder.
O ápice traz Lockjaw morto duas vezes, em uma parte que mostra sua condição descartável dentro do sistema que servia.
Willa, por sua vez, descobre a verdade sobre sua mãe e seu pai adotivo, mas escolhe seguir no caminho revolucionário, assumindo a continuidade da luta. O filme termina com uma ligação cheia de enigmas, deixando claro que novas batalhas virão.
Os Aventureiros Natalinos simbolizam um deep state, enquanto os revolucionários carregam dilemas internos e contradições da própria esquerda.
Paul Thomas Anderson contrapõe esses dois blocos fechados para mostrar como ambos influenciam o destino individual dos personagens.
O final pode até soar frustrante para quem esperava uma grande libertação, mas se alinha à visão de Pynchon e ao estilo de Anderson; ao invés de oferecer respostas fáceis, o diretor sugere que a luta contra o autoritarismo nunca se encerra.
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