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No remake de “Vale Tudo”, Maria de Fátima ganha nova face com Bella Campos, mas a trajetória que marcou o Brasil veio da versão de 1988, quando Gloria Pires interpretou a vilã ambiciosa que rompeu com a vida simples ao lado da mãe, Raquel Acioli. Entre mentiras, golpes e alianças oportunistas, Fátima virou sinônimo de ascensão a qualquer custo e, no final, contrariou a ideia de que vilões sempre “pagam a conta”.
Depois das reviravoltas envolvendo a investigação da morte de Odete Roitman, a vida de Fátima se reorganiza longe do glamour: separada de Afonso Roitman, trabalhando em loja e criando Rafael, filho do relacionamento com César Ribeiro. A relação com Raquel se torna menos conflituosa, mas Fátima segue fiel ao próprio credo: vencer é questão de oportunidade.
Reaproximada de César, Fátima recebe uma oferta tentadora: um casamento de fachada com um príncipe italiano, solução política para silenciar boatos e alavancar uma carreira pública. A promessa é clara contrato em cartório, muito dinheiro em jogo e a manutenção do romance com César nos bastidores. Diante da chance de retomar a vida de luxo, Fátima decide priorizar o projeto de poder.
No desfecho original, Maria de Fátima aceita o acordo, oficializa o casamento com o aristocrata e segue ao lado de César, desfrutando de status e conforto. É um final sem punição exemplar, que cristaliza a crítica central de “Vale Tudo”: em um país marcado por interesses e falta de ética, nem sempre os “espertos” perdem.
Com texto de Manuela Dias, o remake prometeu preservar a espinha dorsal corrupção, barganhas e choques de valores atualizando comportamentos e contexto tecnológico. Isso abre espaço para ajustes de tom (especialmente no trato de temas sensíveis) e para decidir se o final “sem castigo” permanece ou ganha nova leitura à luz de 2025. O caminho da personagem pode repetir o clássico ou propor um comentário social contemporâneo sobre responsabilidade e consequências.
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