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Em um carro de Fórmula 1, medir a velocidade é muito mais do que saber o quanto o piloto acelera.
Segundo o iG Esportes, esse dado é um dos mais valiosos da categoria, pois influencia diretamente as decisões técnicas tomadas enquanto a corrida acontece.
Diferente dos veículos comuns, que usam o giro das rodas para calcular a velocidade, os carros de F1 dependem de um sistema sofisticado baseado na pressão do ar.
Essa medição é feita por uma pequena peça de metal chamada “tubo de Pitot”, uma tecnologia emprestada da aviação.
Em entrevista com jornalistas durante o fim de semana do Grande Prêmio de São Paulo, a Alpine explicou como o sensor funciona.
Luca Mazzocco, Head of Partner Experience da equipe, explicou que o tubo é uma haste em forma de “L” posicionada sobre o bico do carro e possui minúsculos furos que captam dois tipos de pressão: a estática (constante) e a dinâmica (que varia com a velocidade do ar).
A diferença entre essas pressões indica a real velocidade do ar que atravessa o carro, e não apenas o movimento das rodas. “Este sensor mede o fluxo de ar, essencial para entender o comportamento aerodinâmico”, afirmou Mazzocco ao iG Esportes.
Com os dados do tubo de Pitot, os engenheiros podem ajustar o equilíbrio e a carga aerodinâmica do carro conforme o circuito, algo crucial em pistas desafiadoras e sinuosas como a de Interlagos.
Quando chove, que é muito comum no GP de São Paulo, as informações ajudam a avaliar como a água altera o fluxo de ar e, consequentemente, o desempenho.
Essas leituras, transmitidas em tempo real para os boxes, também podem prevenir falhas mecânicas, como problemas de refrigeração, além de acidentes.
Em um esporte onde milissegundos definem o vencedor, o discreto tubo de Pitot é mais uma das provas que a Fórmula 1 é decidida nos detalhes.
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