Farinha Lima
por Farinha Lima
Publicado em 23/07/2025, às 07h00
Um deputado baiano, acostumado a tocar boiada e jumentos pelo seu reduto no interior do estado, passou a usar casaquinho Faria Limer e gel no cabelo com fios longos. Tudo isso após se encantar por uma ex-assistente de palco de um programa famoso na TV e passar a frequentar o Paulistano e andar pelo parque do povo com a amada a tiracolo.
Farinha, que não é fácil, já revelou que a família do rapaz anda de bico aceso para a paulistinha platinada, querem saber a origem da moça e separar os gados da família de um possível golpe na terra da garoa.
Na Faria Lima, o tarifaço de 50% dos EUA sobre o Brasil causou mais alívio político do que pânico econômico: entre um prejuízo no agro e outro na indústria, o que animou mesmo foi a virtual aposentadoria precoce de Eduardo Bolsonaro da corrida presidencial.
Segundo banqueiros e gestores entusiasmados com a candidatura de Tarcísio de Freitas, o 03 estaria politicamente torrado — isolado nos EUA, em atrito com o governador paulista e agora proibido até de conversar com o próprio pai por ordem do STF.
Enquanto isso, Tarcísio tenta remendar o mal-estar inicial com o agronegócio e o mercado após sua hesitação sobre as tarifas, se esforçando para virar o “nome viável” da direita — com a bênção silenciosa da Faria Lima e os cotovelos do clã Bolsonaro à mostra nas redes.
Enquanto na Faria Lima o tarifaço de Trump virou quase um brinde, na 25 de Março a reação foi bem menos entusiasmada. Alvo de uma investigação comercial anunciada pelos Estados Unidos, o maior centro de comércio popular do Brasil foi classificado como reduto global de falsificados, o que levou cerca de 120 comerciantes às ruas em protesto, alguns usando máscaras do próprio Trump.
Para os vendedores, a acusação é descabida, desrespeitosa e “sem lógica nenhuma”, nas palavras de uma manifestante.
Na véspera do Majestoso, pelo menos cinco jogadores do Corinthians preferiram a pista de dança ao CT Joaquim Grava. Ignorando a importância de um dos maiores clássicos do futebol paulista, parte do elenco alvinegro caiu na noitada na sexta-feira — e, para piorar, teve quem já estivesse aquecendo desde a quinta, em festa badalada de um boleiro europeu.
O resultado? Derrota por 2 a 0 para o São Paulo no Morumbis e uma diretoria com dor de cabeça — e não foi de ressaca.
O técnico Dorival Júnior até está pressionado, mas, neste episódio, os refletores miram um diretor de futebol acusado de ser parceiro demais da boleirada e durão de menos quando a disciplina desanda.
Enquanto o paulistano aperta o cinto entre marmitas e promoções de app, a Câmara Municipal de São Paulo resolveu caprichar no cardápio: em pleno recesso, publicou no Diário Oficial um reajuste de 9,41% no vale-refeição dos servidores — quase o dobro da inflação oficial do período.
Agora, os cerca de 2 mil funcionários do Legislativo municipal têm R$ 93 por dia para gastar no PF, além de um vale-alimentação mensal de R$ 2 mil para reforçar a despensa.
O curioso é que, enquanto a turma do Legislativo saboreia o aumento, os servidores do Executivo ainda digerem um reajuste bem mais modesto, dividido em suaves parcelas e alvo de protestos. Tempos difíceis para quem almoça fora — ou fora da Câmara.
Classificação Indicativa: Livre