Farinha Lima
por Farinha Lima
Publicado em 16/07/2025, às 07h00
Um famoso jogador de poker baiano tem aprontado bastante na terra da garoa. Entrão como sempre, começou a frequentar altas rodas do jogo pelo Itaim e Jardins, em mesas consideradas altas pela turma que entende. Alguns membros do seleto grupo já andam desconfiados do rapaz.
Pelo que Farinha Lima ficou sabendo, ele já arrematou alguns mil reais da galera paulistana em jogadas bem estranhas. Na Bahia, ele limpou alguns mauricinhos na Vitória e Horto, levando até uma BMW de prêmio.
Tarcísio de Freitas vive aquele drama clássico: quer ser presidenciável, mas sem sujar o terno. Joga charme na Faria Lima, paga promessa de lealdade a Bolsonaro e tenta se vender como moderado (mas não fala de golpe, não peita Trump e foge da anistia como o diabo da cruz).
Diz que não quer polarização, mas se mete onde não tem estatura. No fim das contas, pode acabar sem pá, sem mandato e sem base. Enquanto isso, o entorno de Lula já rabisca alianças e chapas. Quem sabe o governador paulista vira só eleitor mesmo.
Pegou mal a atitude de Tarcísio de querer peitar o veterano Geraldo Alckmin, querendo marcar uma reunião com os empresários sobre o tarifaço de Trump para o mesmo horário. Acabou que o governador paulista recebeu apenas o baixo clero das companhias, enquanto os presidentes das mesmas empresas estavam em Brasília para resolver o imbróglio com quem realmente tem o poder em mãos.
Aliados de Ricardo Nunes (MDB) andam com as barbas de molho só de pensar na candidatura do prefeito ao governo paulista. É que, se ele sair mesmo do cargo, quem assume a Prefeitura é o vice: o coronel aposentado Ricardo Mello Araújo (PL), indicação direta de Bolsonaro.
Sem trânsito político e com fama de general linha-dura, Mello é visto como uma ameaça ambulante à base aliada. O medo é que ele sente na cadeira e comece a demitir geral, implodindo a coligação que elegeu Nunes. Tá todo mundo rezando pra essa candidatura não sair do papel.
A baiana Damaris Moura (PSDB) voltou à Assembleia Legislativa de São Paulo nesta segunda (14), herdando a cadeira de Ortiz Junior (Cidadania), cassado por infidelidade partidária. Ex-subprefeita de São Miguel Paulista na gestão de Ricardo Nunes (MDB), Damaris promete agora mirar em três frentes: combate à intolerância religiosa, proteção às mulheres e enfrentamento ao abuso infantil. Volta com discurso afiado e causa definida.
Um restaurante badalado de São Paulo mostrou que empatia não faz parte do menu. Uma influenciadora paraplégica com meio milhão de seguidores chegou com reserva feita, mas ouviu o clássico “só temos mesa alta”.
Solução da casa? Uma mesinha no vento, do lado de fora, com 15 graus na cara. Depois, ainda querem vender “atendimento premium” e “experiência sensorial”. Sensorial mesmo foi o frio na espinha que ficou.
A febre do beach tennis, que tomou conta dos terrenos milionários entre Pinheiros e Vila Olímpia, parece estar com os dias contados — e não adianta apelar para raquetinha nem para a vitamina D.
O leilão de agosto da Prefeitura vai oferecer títulos para quem quiser erguer torres corporativas de luxo na região, selando o destino das quadras de areia que, desde a pandemia, ajudavam a dar “função social” (ou ao menos um pretexto simpático) a terrenos ociosos.
Com lances mínimos de R$ 17,6 mil, construtores já afiam suas planilhas para transformar os saques e voleios em metros quadrados valiosíssimos. No fim, fica a lição paulistana de sempre: por mais badalado que seja o esporte da vez, nada vence a jogada certeira do mercado imobiliário.
A Prefeitura de Diadema resolveu investir pesado (e alto) no combate aos bailes funk: desembolsou R$ 365.313,60 — e sem licitação — para comprar um drone equipado para lançar gás lacrimogêneo, pronto para patrulhar as festas populares do alto.
O equipamento, fabricado pela empresa Condor S/A, tem autonomia de voo de 15 minutos e pode carregar até 24 bombas em uma única decolagem, transformando qualquer pancadão em alvo aéreo.
Segundo a gestão municipal, a ideia é “facilitar a dispersão de aglomerações” e conter festas irregulares, tudo isso, segundo eles, dentro de uma lógica de “valorização dos direitos humanos” no uso da força — uma justificativa que soa quase como piada pronta.
O drone será operado pela Guarda Civil Municipal, que agora ganha um “reforço” digno de filme futurista para controlar a rua quando o volume do funk ultrapassar o tolerável. Em vez de investir em diálogo com a comunidade ou oferecer espaços culturais, a escolha foi clara: subir o tom (e o gás) contra quem insiste em ocupar o espaço público com música e dança.
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