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A Prefeitura de São Paulo iniciou o processo de desapropriação de 68 imóveis na Vila Olímpia, um dos bairros mais valorizados da capital. A medida faz parte da Operação Urbana Faria Lima, projeto que pretende estender a Avenida Brigadeiro Faria Lima até a Avenida dos Bandeirantes. Para viabilizar o trajeto, será aberta uma nova via a partir do alargamento da Rua Ribeirão Claro.
Embora a obra ainda esteja em fase de licitação, as famílias e comerciantes que vivem na área já foram informados sobre a perda dos imóveis.
O decreto que declarou a utilidade pública das propriedades foi publicado em março de 2023, e, em abril deste ano, equipes da administração municipal começaram as visitas técnicas. Também foi realizada uma reunião aberta para apresentar o projeto e esclarecer dúvidas da comunidade.
Mesmo cientes da proposta desde o ano passado, os moradores da Vila Olímpia têm se posicionado contra as desapropriações. A Associação dos Amigos da Vila Olímpia tem liderado uma mobilização nas redes sociais para barrar a construção da nova avenida.
Para os moradores, a ampliação da Faria Lima, idealizada ainda em 1968, representa um retrocesso urbanístico. Eles argumentam que o aumento do fluxo de veículos e a redução das áreas residenciais trarão impactos negativos à qualidade de vida. Além disso, há preocupação com o aumento do barulho, da poluição e da especulação imobiliária.
Outro ponto de tensão envolve os valores oferecidos pela Prefeitura para a aquisição dos imóveis. Segundo os proprietários, as propostas estão muito abaixo dos preços praticados no mercado, o que dificultaria a compra de novas moradias na região.
Em nota oficial, a Prefeitura afirmou que mantém diálogo direto com os donos das propriedades e que busca conduzir o processo de forma transparente. No entanto, o comunicado também ressalta que, caso haja recusa ou falta de resposta, as desapropriações seguirão pela via judicial, com os valores sendo definidos pela Justiça, segundo o Metrópoles.
Enquanto o impasse segue, os moradores continuam tentando barrar o projeto e pedir alternativas urbanísticas que preservem o bairro.
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