Negócios
A varejista sueca H&M faz sua estreia oficial no Brasil neste sábado (24), com a abertura de sua primeira loja no Shopping Iguatemi, localizado na Faria Lima, um dos endereços mais prestigiados de São Paulo. Apesar da fama global de fast fashion, a empresa chega ao país com uma proposta de imagem sofisticada, mas sem abrir mão de preços competitivos.
Para marcar a entrada no mercado brasileiro, a marca promoveu na quarta-feira (21) uma festa de lançamento que contou com apresentações de Anitta, Gilberto Gil e Tyla, além da presença de celebridades como Jade Picon, Pabllo Vittar, Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso.
O espaço no Iguatemi possui mil metros quadrados e reúne roupas íntimas, casuais, sociais, sapatos e acessórios. Apenas o público feminino terá acesso à coleção nesta primeira unidade. Já a segunda loja, prevista para 4 de setembro no Shopping Anália Franco, contará com linhas masculinas, infantis e esportivas.
No local, clientes encontrarão opções de calças jeans a R$ 169,90, sociais a R$ 139,90 e blusas a partir de R$ 89,90. Um dos looks em destaque, composto por casaco, calça, bolsa e cachecol, chega a R$ 600. A numeração vai do 34 ao 46 na loja física e até o 50 no e-commerce.
Para a inauguração, a H&M abriu inscrições online, permitindo que consumidoras reservassem horário para conhecer o espaço. A loja emprega 62 colaboradores em escala 5x2.
Segundo Jörgen Andersson, diretor criativo global, para O Globo, a H&M não deseja ser vista como uma rede de produção massiva. Ele ressalta que os pilares da marca são moda, preço justo, qualidade e sustentabilidade.
“Ser rápido não significa ser irresponsável. Nosso objetivo é antecipar tendências, produzir de forma consciente e evitar excessos”, afirmou Andersson. O executivo ainda destacou que o público da marca é diverso e não tem restrição de idade ou gênero.
Há planos para abrir uma unidade no Rio de Janeiro em 2026. Parte da produção será nacional, inclusive para abastecer outros mercados.
Especialistas apontam que a escolha do Iguatemi foi estratégica para reforçar a imagem premium da H&M, atraindo consumidores de maior poder aquisitivo. Para Jean Paul Rebetez, da Gouvêa Consulting, o posicionamento busca afastar a marca da imagem de fast fashion popularizada por concorrentes asiáticas, como a Shein.
“A marca carrega uma atitude jovem, com apelo internacional, mas sem custar tanto quanto uma Zara”, avalia Rebetez.
Já Andreia Meneguete, professora da ESPM, explica que lançar a marca em um shopping voltado ao público de alto padrão dá legitimidade e visibilidade, funcionando como uma vitrine de estreia antes de alcançar centros comerciais mais populares.
Apesar do otimismo, analistas lembram que o mercado brasileiro impõe obstáculos. O modelo de aluguel fixo em shoppings, somado à alta do dólar e à carga tributária, eleva os custos de operação. Segundo Rebetez, equilibrar exclusividade e expansão será essencial para evitar o destino de marcas como a Forever 21, que não resistiu no país.
Ainda assim, a H&M acredita que pode conquistar espaço ao combinar moda acessível com produção local. Como disse Andersson: “Nosso objetivo é simples: oferecer roupas com qualidade, estilo e responsabilidade ambiental, para o maior número de pessoas possível.”
Classificação Indicativa: Livre