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São Paulo recebe primeira loja da H&M em shopping de luxo; saiba como será

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A varejista sueca H&M abre sua primeira loja no Brasil, trazendo uma proposta de moda acessível e sofisticada ao Shopping Iguatemi.  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Unsplash
Fernanda Montanha

por Fernanda Montanha

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Publicado em 22/08/2025, às 07h00



A varejista sueca H&M faz sua estreia oficial no Brasil neste sábado (24), com a abertura de sua primeira loja no Shopping Iguatemi, localizado na Faria Lima, um dos endereços mais prestigiados de São Paulo. Apesar da fama global de fast fashion, a empresa chega ao país com uma proposta de imagem sofisticada, mas sem abrir mão de preços competitivos.

Para marcar a entrada no mercado brasileiro, a marca promoveu na quarta-feira (21) uma festa de lançamento que contou com apresentações de Anitta, Gilberto Gil e Tyla, além da presença de celebridades como Jade Picon, Pabllo Vittar, Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso.

Estratégia de mercado e expansão

O espaço no Iguatemi possui mil metros quadrados e reúne roupas íntimas, casuais, sociais, sapatos e acessórios. Apenas o público feminino terá acesso à coleção nesta primeira unidade. Já a segunda loja, prevista para 4 de setembro no Shopping Anália Franco, contará com linhas masculinas, infantis e esportivas.

No local, clientes encontrarão opções de calças jeans a R$ 169,90, sociais a R$ 139,90 e blusas a partir de R$ 89,90. Um dos looks em destaque, composto por casaco, calça, bolsa e cachecol, chega a R$ 600. A numeração vai do 34 ao 46 na loja física e até o 50 no e-commerce.

Para a inauguração, a H&M abriu inscrições online, permitindo que consumidoras reservassem horário para conhecer o espaço. A loja emprega 62 colaboradores em escala 5x2.

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O reposicionamento da marca

Segundo Jörgen Andersson, diretor criativo global, para O Globo, a H&M não deseja ser vista como uma rede de produção massiva. Ele ressalta que os pilares da marca são moda, preço justo, qualidade e sustentabilidade.

“Ser rápido não significa ser irresponsável. Nosso objetivo é antecipar tendências, produzir de forma consciente e evitar excessos”, afirmou Andersson. O executivo ainda destacou que o público da marca é diverso e não tem restrição de idade ou gênero.

Há planos para abrir uma unidade no Rio de Janeiro em 2026. Parte da produção será nacional, inclusive para abastecer outros mercados.

Diferenciação e desafios no Brasil

Especialistas apontam que a escolha do Iguatemi foi estratégica para reforçar a imagem premium da H&M, atraindo consumidores de maior poder aquisitivo. Para Jean Paul Rebetez, da Gouvêa Consulting, o posicionamento busca afastar a marca da imagem de fast fashion popularizada por concorrentes asiáticas, como a Shein.

“A marca carrega uma atitude jovem, com apelo internacional, mas sem custar tanto quanto uma Zara”, avalia Rebetez.

Já Andreia Meneguete, professora da ESPM, explica que lançar a marca em um shopping voltado ao público de alto padrão dá legitimidade e visibilidade, funcionando como uma vitrine de estreia antes de alcançar centros comerciais mais populares.

O peso do “custo Brasil”

Apesar do otimismo, analistas lembram que o mercado brasileiro impõe obstáculos. O modelo de aluguel fixo em shoppings, somado à alta do dólar e à carga tributária, eleva os custos de operação. Segundo Rebetez, equilibrar exclusividade e expansão será essencial para evitar o destino de marcas como a Forever 21, que não resistiu no país.

Ainda assim, a H&M acredita que pode conquistar espaço ao combinar moda acessível com produção local. Como disse Andersson: “Nosso objetivo é simples: oferecer roupas com qualidade, estilo e responsabilidade ambiental, para o maior número de pessoas possível.”

Classificação Indicativa: Livre

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