Polícia
O governo paulista anunciou medidas mais rígidas para lidar com estabelecimentos envolvidos na venda de bebidas adulteradas com metanol. A administração estadual pretende encerrar as atividades de todos os locais que forem comprovadamente responsáveis por comercializar produtos contaminados, como forma de conter a crise e desestimular novas irregularidades.
Sete pontos comerciais na capital e na Região Metropolitana já foram interditados pela Vigilância Sanitária. As ações ocorreram após a identificação de bebidas alcoólicas suspeitas de conter a substância tóxica, que pode causar intoxicações graves e até mortes, segundo a CNN.
A Secretaria da Fazenda abriu processos administrativos para apurar os casos e iniciou a análise dos estabelecimentos envolvidos. Alguns deles já tiveram a inscrição estadual suspensa, o que impede a emissão de notas fiscais e, consequentemente, o funcionamento legal.
Essa inscrição faz parte do Cadastro de Contribuintes do ICMS (Cadesp) e é obrigatória para todos os comércios do estado. Sem ela, a empresa perde a autorização para operar, o que na prática significa o fechamento imediato das portas.
O governador Tarcísio de Freitas defendeu internamente o fechamento dos locais como uma ação exemplar. A intenção é deixar claro para o setor que práticas irregulares resultarão em consequências severas, servindo de alerta para outros empresários.
No Palácio dos Bandeirantes, a avaliação predominante é que não há envolvimento direto de facções criminosas. A suspeita é de que os comerciantes e distribuidores usavam o metanol para ampliar lucros e evitar o pagamento de tributos estaduais.
O governo federal, no entanto, não descarta uma possível ligação com o crime organizado. Por isso, a Polícia Federal instaurou um inquérito próprio para investigar o episódio, o que gerou diferenças de interpretação entre Brasília e o governo paulista.
De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, 37 ocorrências de intoxicação por metanol já foram notificadas em São Paulo. Desses casos, dez foram confirmados como causados pela ingestão da substância.
Além disso, cinco mortes estão sob investigação: uma já foi oficialmente atribuída ao consumo de metanol, enquanto quatro seguem em análise pelas autoridades de saúde. A situação acendeu um alerta nas esferas estadual e federal, que intensificaram as ações de fiscalização e controle.
A crise envolvendo o metanol já mobiliza órgãos estaduais, federais e entidades do setor de bebidas. A meta é frear rapidamente a circulação de produtos adulterados, proteger a população e responsabilizar os envolvidos. As investigações seguem em andamento, com novas interdições e punições previstas nos próximos dias.
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