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Desocupação da Favela do Moinho completa um mês; veja como está a situação dos moradores

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Mais de 600 famílias seguem na comunidade, esperando respostas do governo  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Governo de SP
Isabela Fernandes

por Isabela Fernandes

Publicado em 23/05/2025, às 09h45



A desocupação da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, chegou à marca de 30 dias na quinta-feira (22). A ação já retirou 216 das cerca de 850 famílias que viviam ali. No entanto, apenas cinco famílias se mudaram para residências permanentes fornecidas pelo governo.

As outras 211 famílias desalojadas estão sendo mantidas por um auxílio mensal de R$ 1.200, enquanto aguardam as prometidas moradias subsidiadas. O benefício é destinado a pessoas com renda de até R$ 4,7 mil, como parte de um programa que une os esforços dos governos estadual e federal. Entretanto, essa parceria ainda não saiu do papel: a portaria que vai formalizá-la está em fase de preparação.

Cerca de 600 famílias permanecem na comunidade, vivendo entre casas já parcialmente demolidas ou danificadas. O acordo feito com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) prevê que esses imóveis não sejam reocupados, o que limita ainda mais as possibilidades para quem ficou.

A situação também afeta os comerciantes da região. A movimentação caiu drasticamente desde que os moradores começaram a sair, afetando aproximadamente 60 estabelecimentos. A Prefeitura de São Paulo promete pagar até R$ 60 mil de apoio financeiro aos donos de comércios registrados, mas muitos afirmam que ainda não receberam qualquer assistência.

O governo estadual tem planos de revitalizar a área onde hoje está a favela, com a construção de um parque. No entanto, o terreno pertence à União, e o governo paulista busca obter oficialmente a posse legal.

O secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco, declarou que a próxima etapa da remoção será feita com mais calma. Ele chamou o processo de “resgate social”.

Apesar das promessas e anúncios, especialistas criticam o processo de desocupação da Favela do Moinho, principalmente pela falta de diálogo com os moradores nas decisões. Muitas famílias seguem sem saber quando e para onde serão realocadas. 

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