Polícia

Influenciadoras brasileiras se envolvem em polêmica com empresa suspeita de tráfico humano

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Caso envolvendo tráfico humano ganhou repercussão internacional ainda em 2024, quando surgiram denúncias de mulheres vindas de países africanos  |   BNews SP - Divulgação Foto: Freepik
Marcela Guimarães

por Marcela Guimarães

Publicado em 02/10/2025, às 15h42



Uma polêmica recente fez com que surgisse um alerta entre jovens brasileiras, principalmente na faixa dos 18 aos 22 anos.

Influenciadoras digitais, algumas com milhões de seguidores, promoveram a Alabuga Start, empresa atualmente investigada pela Interpol por suspeita de tráfico humano.

No Brasil, a propaganda era conhecida por “Start Program”, mas direcionava para o mesmo site da instituição citada nos meios internacionais.

A empresa já havia sido denunciada em reportagens por ter práticas semelhantes no recrutamento de jovens africanas.

Condições de trabalho

De acordo com a Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional (GI-TOC), mulheres que aceitaram participar relataram jornadas exaustivas, vigilância constante e problemas de saúde por conta do contato com produtos químicos.

As investigações mostram que o suposto programa de intercâmbio oferecia cursos e crescimento profissional na Rússia.

Entretanto, ao chegarem lá, as participantes eram forçadas a produzir armas e montar drones militares usados na guerra da Ucrânia, segundo a Associated Press. Outras mulheres envolvidas relataram que faziam faxina e serviços de buffet.

Repercussão após publicidades

O caso ganhou visibilidade após denúncias dos influenciadores Guga Figueiredo e Jordana Vucetic.

O primeiro expôs em vídeo a participação da cantora MC Thammy em anúncios envolvendo a empresa.

Ele também mostrou publicações de outras criadoras de conteúdo, como Catherine Bascoy, Aila Loures e Isabela Duarte.

MC Thammy e Catherine Bascoy
MC Thammy e Catherine Bascoy, duas figuras públicas envolvidas no caso (Foto: Reprodução/Instagram)

Os vídeos foram divulgados no Instagram e no TikTok, mas acabaram sendo apagados após o assunto viralizar. O perfil oficial da empresa nas redes também saiu do ar.

As promessas divulgadas envolviam um salário de cerca de 670 dólares (R$ 3,5 mil), passagens aéreas, hospedagem, seguro médico, aulas de russo e documentação de imigração custeada pela empresa.

O suposto contrato teria duração de dois anos, com vagas em áreas como hospitalidade, alimentação, logística e produção.

Sobre a Alabuga Start

Segundo o site oficial, a empresa estaria localizada no Tartaristão, região da Rússia conhecida por fabricar drones militares para o exército do país, segundo o Moscow Times.

A fraude ganhou repercussão internacional ainda em 2024, quando surgiram denúncias de mulheres vindas de países africanos como Uganda, Ruanda, Sudão do Sul, Nigéria e Serra Leoa, além de Sri Lanka.

Assim como no Brasil, o público-alvo do esquema criminoso era formado por jovens entre 18 e 22 anos. Até o momento, não há nenhuma informação que confirme a atuação legal da empresa em questão por aqui.

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