Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 29/05/2025, às 07h44
O cantor MC Poze do Rodo, de 26 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira (29), em sua residência, localizada em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro. A ação faz parte de uma investigação da polícia que apura o envolvimento do artista com o tráfico de drogas e a prática de apologia ao crime.
De acordo com as autoridades, o MC, nascido Marlon Brandon Coelho Couto Silva, costuma se apresentar em bailes funk sob o controle do Comando Vermelho, onde traficantes armados garantem a segurança dos eventos.
Ainda segundo a polícia, suas músicas frequentemente exaltam armas, confrontos entre facções e fazem referência direta ao tráfico, o que, para os investigadores, contribui para o aumento da violência nas comunidades.
A prisão reacende discussões sobre os limites entre liberdade artística e incentivo ao crime. As letras de MC Poze são marcadas por críticas à realidade das favelas e retratam o cotidiano de jovens periféricos. Contudo, a polícia afirma que há indícios de que o artista vai além da crítica social e estaria promovendo o crime organizado por meio de suas canções e aparições públicas.
MC Poze já havia sido detido anteriormente, em 2019, durante uma apresentação no Mato Grosso. Na época, foi acusado de tráfico de drogas, associação criminosa e apologia ao crime. Um ano depois, chegou a ser considerado foragido. Apesar disso, o cantor declarou em entrevistas que a música o ajudou a mudar de vida e abandonar o passado ligado ao tráfico.
Nascido e criado na favela do Rodo, na Zona Oeste do Rio, Poze ficou famoso no cenário do funk carioca com sucessos como "Vida Louca", "A Cara do Crime" e "Essência de Cria". Com uma imagem marcada pela ostentação e estilo de vida luxuoso, ele soma mais de 15 milhões de seguidores nas redes sociais e é visto por muitos jovens como símbolo de superação.
Além das investigações por apologia ao crime, MC Poze também foi alvo da Operação Rifa Limpa, realizada em 2024 pela Polícia Civil do Rio. A ação investigava rifas ilegais promovidas por sua companheira, Viviane Noronha, que usariam um aplicativo suspeito de manipulação.
A prática é ilegal no Brasil quando não autorizada pelo Ministério da Fazenda e só pode ser realizada por instituições sem fins lucrativos. Na ocasião, a polícia apreendeu joias e carros de luxo pertencentes ao artista.
Nas redes sociais, Poze se pronunciou brevemente, dizendo que “tudo será resolvido rapidamente” e reafirmou sua inocência.
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