Polícia
por Marcela Guimarães
Publicado em 29/07/2025, às 18h33
Um grupo de 12 mulheres que frequentam casas de forró na cidade de São Paulo e na Região Metropolitana denunciou uma rede criminosa que compartilha e vende, sem consentimento, fotos e vídeos íntimos delas através do aplicativo de mensagens Telegram.
De acordo com as vítimas, os conteúdos são divulgados em dois grupos de forrozeiros; um deles é de São Paulo e o outro é da Europa.
Além de imagens íntimas, os participantes trocavam informações pessoais das mulheres, como locais frequentados e se “transavam na saída do forró”. Os canais foram nomeados de “Cremosinhas da P*t*r*a” e “Vazadinhas Inéditas”.
Para fazer parte dos grupos, os homens precisavam fornecer dados pessoais como nome, telefone e endereço. Em troca, tinham acesso ao conteúdo íntimo, muitas vezes obtido em relações forçadas ou registradas sem a devida autorização.
Uma das vítimas contou que descobriu o vazamento depois de um ex-namorado divulgar vídeos deles. Depois disso, passou a ser procurada por dezenas de homens nas redes sociais.
Um deles, que se identificou como segurança de uma casa noturna, informou que os participantes pagavam R$ 50 por mês para acessar os conteúdos. Segundo ele, o grupo paulista estaria ativo há mais de oito anos e teria mais de 150 membros.
As vítimas levaram o caso à Bancada Feminista do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que encaminhou uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), que pediu à Polícia Federal (PF) a abertura de uma investigação. Após o início das apurações, os dois grupos saíram do ar.
As casas de forró citadas pelas vítimas estão localizadas em bairros como Pinheiros, Vila Mariana e Centro, além de cidades do ABC Paulista, como Santo André e São Bernardo do Campo.
Uma das mulheres descobriu um segundo grupo, o “Vazadinhas Inéditas”, com o mesmo tipo de funcionamento na Europa.
Assim como no Brasil, o canal recebia conteúdos de frequentadoras de casas de forró em países europeus com presença de brasileiros e também funcionava por meio de “assinaturas” mensais.
Além do vazamento, as vítimas relataram casos de assédio e violência sexual cometidos por parceiros que as forçavam a serem fotografadas ou filmadas durante as relações sexuais.
Classificação Indicativa: Livre