Polícia
Publicado em 02/05/2025, às 10h47 Giovana Sedano
Novos dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo revelam um cenário complexo no que se refere à violência de gênero. No primeiro trimestre de 2025, houve uma redução de 17,5% nos casos de feminicídio em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Porém, apesar da queda, o número de 61 ocorrências ainda é preocupante. Desse total, 34 casos foram registrados no interior do estado, enquanto 27 ocorreram na capital e na região metropolitana.
Em contraste com a diminuição dos feminicídios, o número de denúncias de estupro apresentou crescimento. Foram registrados 3.862 boletins de ocorrência no trimestre, um aumento de 13,5% em relação ao mesmo período de 2024.
Especialistas apontam que esse crescimento pode estar relacionado à maior conscientização e confiança das vítimas em denunciar os abusos. Ainda assim, os números reforçam a necessidade de políticas contínuas e eficazes no combate à violência sexual.
Diante desse contexto, o Governo do Estado tem ampliado estratégias de enfrentamento à violência de gênero. Entre as medidas, destaca-se a expansão das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) que funcionam 24 horas.
Em março, sete novas unidades passaram a operar em tempo integral, facilitando o acesso das vítimas ao atendimento especializado e imediato.
Essas ações fazem parte de um conjunto mais amplo de políticas públicas voltadas à prevenção da violência contra a mulher. Ações como campanhas educativas, canais de denúncia acessíveis e a promoção de direitos são fundamentais para reduzir a subnotificação e fomentar uma cultura de respeito e igualdade.
Outro pilar importante são os centros de acolhimento e proteção, que oferecem apoio psicossocial, orientação jurídica e abrigos temporários. Esses espaços proporcionam segurança e amparo, permitindo que muitas mulheres se reestruturem emocionalmente e rompam com o ciclo da violência doméstica.
O balanço da SSP mostra que, embora haja avanços, o desafio persiste. A queda nos feminicídios é um sinal positivo, mas o aumento dos casos de estupro evidencia que a violência de gênero continua sendo um problema grave e estrutural.
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