Política
por Camila Lutfi
Publicado em 27/07/2025, às 12h51
Neste domingo (27), o Exército de Israel permitiu uma "pausa tática" nos ataques à Faixa de Gaza para a entrada de ajuda humanitária terrestre.
A entrada de ajuda para itens essenciais, como comida e água, está bloqueada há meses e foi liberada por apenas 10 horas hoje, após pressão internacional que ocorre desde o impedimento. O governo local afirmou que, apenas entre ontem e hoje, são seis mortes causadas pela fome em Gaza.
Os ataques ficam pausados das 10h às 20h no horário local (4h às 14h no horário de Brasília). Três áreas conseguem receber os alimentos, segundo o Exército: Deir al-Balah, no centro; al-Mawasi, no sul, e pela Cidade de Gaza, no norte.
Caminhões e corredores humanitários distribuem ajuda devido à severa desnutrição causada pelos ataques. A agência de notícias AFP confirmou que os veículos entraram pela passagem de Kerem Shalom, perto da fronteira com o Egito, e serão inspecionados antes de seguir viagem para a área de Rafah.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou, em nota, que espera que a Organização das Nações Unidas (ONU) colete e distribua os alimentos "sem atrasos ou desculpas". Vale lembrar que o país bloqueou qualquer entrada de ajuda humanitária em Gaza entre março e maio.
Ainda assim, as Forças Aéreas de Israel publicaram nas redes sociais imagens do envio de "sete lotes de ajuda". A publicação afirma que foram enviados farinha, açúcar e conservas.
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O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza confirmou 133 mortes por fome desde o começo da guerra, em outubro de 2023. Dessas, 87 vítimas são crianças.
Apenas neste final de semana foram 11 mortes pela desnutrição severa, 6 delas acontecendo de ontem para hoje. O governo palestino afirma que 40 mil bebês estão em risco de morrer nos próximos dias em meio à fome.
Além disso, são a tentativa de ajuda humanitária já provocou milhares de mortes, com grande parte das vítimas sendo baleadas ao se aproximar de pontos de distribuição de comida.
Israel afirmou que o Hamas rouba a comida distribuída pela ONU, mas não há indícios deste fato, segundo o Uol. Fontes ouvidas pelo The New York Times afirmaram que não há evidências de que o grupo extremista roube a comida enviada pela ONU — que representa a maior parte da ajuda humanitária em Gaza —, apesar de registros de alimentos saqueados de grupos humanitários menores.
*Com informações do Uol
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