Política

Apagão após vendaval coloca concessão da Enel em xeque em São Paulo; entenda

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Governo federal afirma que empresa pode perder contrato caso não cumpra obrigações; milhares de imóveis ainda estavam sem energia dias após a ventania.  |   BNews SP - Divulgação Foto: Freepik
Érica Sena

por Érica Sena

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Publicado em 15/12/2025, às 10h17



O apagão provocado pelo vendaval histórico que atingiu São Paulo nesta semana ampliou a pressão sobre a Enel e reacendeu o debate sobre a permanência da concessionária no estado.

Segundo o governo federal, a empresa pode perder a concessão caso sejam constatadas falhas reiteradas no cumprimento das obrigações contratuais e dos índices de qualidade previstos na regulação do setor elétrico.

Mesmo após decisão da Justiça paulista que determinou o restabelecimento do fornecimento em até 12 horas, cerca de 60 mil pessoas ainda estavam sem luz na capital, como citado pelo site Exame.

Governo e Aneel pressionam concessionária

Em nota, o Ministério de Minas e Energia afirmou que a concessionária será responsabilizada se não cumprir integralmente as exigências regulatórias. O texto destaca que o descumprimento pode levar à perda da concessão em São Paulo, além da adoção de medidas legais e administrativas.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acompanha o caso. Segundo o órgão, se forem identificadas falhas recorrentes na prestação do serviço, o contrato pode ser revisto. O diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, lembrou que a Enel já foi multada em R$ 165 milhões após o apagão de 2023, punição que ainda é questionada judicialmente.

Transtornos e prejuízo bilionário

A ventania, com rajadas próximas de 100 km/h e sem chuva, provocou quedas de árvores, caos no trânsito e longos períodos de interrupção no fornecimento de energia. Bairros inteiros ficaram no escuro por mais de dois dias, afetando residências, comércios e serviços essenciais.

De acordo com a FecomercioSP, os prejuízos econômicos ultrapassaram R$ 1,5 bilhão. Comerciantes relataram perdas de mercadorias, especialmente alimentos, e paralisação de atividades.

Resposta da Enel é contestada

A Enel informou ter mobilizado 1.600 equipes para atuar no restabelecimento do serviço, mas o número foi questionado pela prefeitura. Imagens divulgadas após o apagão mostraram caminhões parados em um pátio da empresa enquanto mais de um milhão de clientes ainda estavam sem energia. A concessionária alegou que a situação fazia parte da logística de troca de turno.

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Tags Enel Energia