Política
por Camila Lutfi
Publicado em 09/06/2025, às 15h40
O Bolsa Família é um dos maiores programas de transferência de renda do Brasil. São milhões de brasileiros que recebem o benefício, que permite às famílias manter uma vida digna.
Segundo análise do Uol, doze das 27 unidades da federação brasileira têm número maior de beneficiários do Bolsa Família do que de trabalhadores com carteira assinada. A comparação usa dados do Caged divulgados em 28 de maio, que excluem o setor público.
O Maranhão é o estado que lidera a dependência do programa social, pois há 669 mil empregos formais contra 1,2 milhão de famílias beneficiárias. O estado onde essa proporção é menor é Santa Catarina, onde há 11 trabalhadores com carteira assinada para cada beneficiário do Bolsa Família.
Vale lembrar que o programa paga auxílios para famílias que recebem até um salário-mínimo, somando todas as rendas da casa. No ano passado, o salário-mínimo era de de R$ 1.412 — em 2025, esse valor passou para R$ 1.518. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, o salário médio do Brasil em 2024 foi de R$ 3.225, o maior já registrado na série histórica.
Todos os estados com maior dependência do programa estão no Nordeste e no Norte do País. Confira a lista:
No entanto, o cenário traz melhorias na comparação com outros anos. Desde janeiro de 2023, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o mandato, o número de carteiras assinadas cresceu em relação aos beneficiários.
Além disso, os beneficiários representavam 49,6% do emprego formal do Brasil no início de 2023, mas esse valor caiu para 42,6% em agosto de 2024.
Oito estados eram mais dependentes do benefício social antes da pandemia de covid-19, subindo para 13 estados em 2022 e, agora, recuando para 12. De acordo com a análise do Uoel, a mudança acontece em meio à expansão do mercado formal e redução de beneficiários.
Desde janeiro de 2023, 4 milhões de vagas formais foram criadas e 1,1 milhão de beneficiários foram cortados do programa, que realiza "pentes finos" para regularizar os cadastros de famílias que não se encaixam mais no perfil de ajuda do Bolsa Família.
No estado de São Paulo, são 2,46 milhões beneficiários do Bolsa Família contra 14,6 milhões de carteiras assinadas.
Isso significa que há 0,2 famílias no programa a cada uma carteira assinada.
Para ter direito ao programa social, a principal regra é que a renda de cada pessoa da família seja de, no máximo, R$ 218 por mês. Por exemplo, se apenas um integrante da família tem renda e recebe um salário mínimo (R$ 1.518), e nessa família há sete pessoas, a renda de cada um é de R$ 216,85 — e está elegível ao Bolsa Família.
São cinco tipos de benefícios oferecidos pelo governo, destinados a atender diferentes necessidades das famílias cadastradas, e com proteção de até um ano após um possível aumento da renda. Confira os benefícios:
Para receber o Bolsa Família, é preciso estar inscrito no Cadastro Único, com os dados corretos e atualizados. Esse cadastramento é feito em postos de atendimento da assistência social dos municípios, como os CRAS. É preciso apresentar o CPF ou o título de eleitor.
É importante destacar que, mesmo inscrita no Cadastro Único, a família não entra imediatamente para o Bolsa Família. Todos os meses, o programa identifica, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas e que começarão a receber o benefício.
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