Política

COP30 em Belém: os temas decisivos que podem redefinir a agenda climática

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A COP30 começa em Belém com alertas sobre metas climáticas não cumpridas e a necessidade urgente de ações efetivas.  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Agência Brasil
Fernanda Montanha

por Fernanda Montanha

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Publicado em 10/11/2025, às 14h38



A COP30 começa nesta segunda, 10, em Belém, inaugurando a primeira conferência climática sediada no coração da Amazônia. O encontro já se inicia com um alerta: grande parte das metas deveria estar apresentada, mas não foi entregue.

Até agora, só 104 dos 198 países signatários do Acordo de Paris atualizaram seus compromissos para 2035. E, dentro desse grupo, apenas duas nações apresentaram metas que realmente correspondem à sua capacidade de reduzir emissões, seguindo cálculos científicos que distribuem responsabilidades de acordo com riqueza, desenvolvimento e histórico poluente.

Esse tipo de análise mostra que países industrializados precisam adotar cortes muito maiores, já que contribuíram mais para o aquecimento global. Mesmo assim, 89 países ainda não enviaram suas novas metas, e outros dez sequer apresentaram um rascunho. Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, as entregas atuais estão longe do essencial, segundo a matéria da Exame.

Hoje, com as NDCs já apresentadas, o planeta segue rumo a um aquecimento entre 2,3 e 2,5 graus até 2100. Para manter viva a meta de 1,5 grau, seria necessário reduzir as emissões globais em 60 por cento até 2035, porém as promessas atuais só resultariam em cerca de 10 por cento desse valor.

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Recursos financeiros e adaptação entram em disputa

Um dos debates mais sensíveis será o financiamento climático. Ficou definido anteriormente que países desenvolvidos devem garantir 300 bilhões de dólares anuais até 2035, além da intenção de movimentar até 1,3 trilhão quando somados financiamentos públicos e privados. Entre as sugestões discutidas estão taxas sobre aviação, carbono e até setores de luxo.

Apesar disso, especialistas afirmam que o acesso ao dinheiro continua lento e desigual. Grande parte dos recursos é destinada à redução de emissões, enquanto a adaptação recebe valores insuficientes, mesmo diante de eventos extremos cada vez mais frequentes.

A COP30 também precisa fechar uma lista de 100 indicadores que ajudarão a medir a capacidade dos países de enfrentar secas, enchentes, incêndios e outros impactos. Esses indicadores orientarão políticas de água, saúde, infraestrutura e biodiversidade.

Combustíveis fósseis e protagonismo indígena

Outro ponto de tensão é o debate sobre combustíveis fósseis. Após o avanço obtido em Dubai, parte dos países voltou a resistir a compromissos mais fortes. O Brasil propõe construir um roteiro para reduzir a dependência do petróleo, embora planeje financiar parte da transição energética com receitas da própria exploração, o que gera críticas.

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