Política

Entenda os protestos no Nepal após morte brutal da mulher de ex-primeiro-ministro

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A Rajyalaxmi Chitrakar, mulher de Jhalanath Khanal, não resistiu após ser trancada em casa durante onda de protesto que já derrubou o premier KP Oli.  |   BNews SP - Divulgação Foto: Unsplash
Caroline Leal

por Caroline Leal

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Publicado em 09/09/2025, às 16h34



A instabilidade política no Nepal atingiu um ponto dramático na terça-feira (9). Rajyalaxmi Chitrakar, esposa do ex-primeiro-ministro Jhalanath Khanal, morreu após sua casa ser incendiada por manifestantes em Dallu, área nobre de Katmandu.

De acordo com a imprensa local, ela foi trancada dentro do imóvel antes de o fogo ser ateado.

Rajyalaxmi chegou a ser levada em estado crítico ao Hospital de Queimados de Kirtipur, mas não resistiu. Médicos confirmaram que as queimaduras atingiram órgãos vitais, incluindo os pulmões.

No mesmo dia, manifestantes incendiaram também o Parlamento e a Suprema Corte, em um episódio que escancarou a escalada da revolta popular.

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O estopim da revolta

Os protestos começaram após o governo bloquear 26 redes sociais que não estavam registradas legalmente no país, entre elas Facebook, YouTube, X (antigo Twitter) e LinkedIn.

Apenas o TikTok seguiu funcionando, e foi nele que viralizaram vídeos denunciando o contraste entre a vida luxuosa dos filhos de políticos e as dificuldades enfrentadas pela população.

Com 43% dos nepaleses entre 15 e 43 anos, a medida gerou reação imediata da juventude. Na segunda-feira, milhares de pessoas tomaram as ruas de Katmandu e outras cidades.

O ato em frente ao Parlamento foi reprimido com gás lacrimogêneo, canhões de água e balas de borracha. A Anistia Internacional denunciou ainda o uso de munição letal contra os manifestantes.

Renúncia e recuo do governo

Pressionado pela mobilização popular, o primeiro-ministro KP Oli renunciou na terça-feira. O governo interino terá de enfrentar a insatisfação crescente e buscar uma saída negociada para a crise.

No mesmo dia, o bloqueio das redes foi suspenso. As principais plataformas já voltaram a funcionar, segundo a AFP, um dia após confrontos que deixaram pelo menos 19 mortos.

A decisão, porém, não diminuiu a tensão em um dos momentos mais instáveis da história recente do país do Himalaia.

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