Política
por Camila Lutfi
Publicado em 09/05/2025, às 15h30
Armínio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central (BC), voltou a afirmar sobre um tema polêmico: o congelamento do salário-mínimo - atualmente em R$ 1.518 - por seis anos para equilibar as contas públicas.
Em abril deste ano, ele declarou em evento nos Estados Unidos que o 80% do orçamento do governo federal era gasto com folha de pagamentos e previdência.
O sócio-fundador da Gávea Investimentos reforçou sua posição em entrevista ao jornal O Globo e explicou que a proposta é não realizar o aumento real dos salários, apenas reajustar o valor pela inflação do ano anterior. Nas regras atuais, o salário-mínimo pode subir até 2,5% acima da inflação do ano anterior.
Ou seja, se a proposta for aderida, o poder de compra do trabalhador não aumentará durante os 6 anos previstos, mas também não deve diminuir. As projeções do economista sugerem que, com o congelamento, o Brasil reduziria cerca de 1 ponto percentual (p.p) do Produto Interno Bruto (PIB) em seis anos.
Para Fraga, falta prioridade orçamentária para o governo, que paga juros enormes há 30 anos e prejudica o investimento no País. Assim, ele defende que um ajuste fiscal é inevitável para alcançar uma economia de 3 p.p. do PIB nas contas públicas.
O ex-presidente do BC sofreu diversas críticas ao expor a proposta no mês passado, mas defendeu que ela seria “espetacular para os pobres”, visto que a medida visa reduzir os juros e gerar mais investimentos no Brasil no médio e longo prazos.
O corte de gastos tributários poderia ser uma outra alternativa, mas Fraga acredita que encontraria mais dificuldades políticas de aprovação, por mexer com setores poderosos da sociedade. Ainda assim, seria essencial discutir uma reforma mais profunda em relação à previdência.
Na alternativa de controlar o arcabouço fiscal, o economista revelou ser contra reduções no orçamento para saúde e educação.
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