Política
por Marcela Guimarães
Publicado em 17/09/2025, às 13h20
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a volta do horário de verão poderia ajudar na eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN), principalmente entre o período das 18h às 20h.
Esse é o momento em que surge uma queda na geração solar (centralizada e distribuída) ao mesmo tempo em que cresce o consumo de energia.
Visando a parte econômica, o ONS estima que a medida poderia reduzir em até 2,9% a demanda máxima e gerar uma economia próxima a R$ 400 milhões na operação do sistema, considerando o período de novembro a fevereiro.
Caso retorne, o horário de verão deve começar a funcionar a partir de 1º de novembro de 2025, indo até 15 de fevereiro de 2026, data que corresponde ao terceiro domingo do mês.
A medida deixou de ser aplicada em 2019, no governo Jair Bolsonaro (PL), após 88 anos de uso. A decisão foi tomada com base nos estudos do Ministério de Minas e Energia, concluindo que o perfil de consumo dos brasileiros havia mudado.
O pico de gasto passou a ocorrer no período da tarde, reduzindo o impacto positivo do adiantamento dos relógios.
Na época, foi registrado que o horário de verão “não mais produzia os resultados esperados de redução de consumo de energia elétrica”.
Apesar da suspensão, a retomada da medida voltou a ser comentada em anos seguintes. Em 2021, durante a crise hídrica, entidades empresariais pediram a volta do horário de verão, mas Bolsonaro descartou a possibilidade, alegando “efeito limitado”.
O tema seguiu em debate também nos verões de 2022 e 2023, quando bares e restaurantes defenderam a medida por conta do aumento no movimento com dias mais longos.
No início do governo Lula (PT), também em 2023, o assunto ganhou novo peso. Com a expansão da energia solar e eólica, cresceu a preocupação com os horários de pico entre 18h e 19h, quando esses pontos perdem eficiência.
Assim, o sistema precisou recorrer às termelétricas, elevando custos e acionando a bandeira vermelha.
Segundo apuração da CNN, em outubro daquele ano, o ministro Alexandre Silveira anunciou que não haveria retomada, já que os reservatórios das hidrelétricas estavam em níveis padronizados.
Agora, com a previsão de aumento no consumo, o ONS voltou a mencionar a ideia, apontando a necessidade de melhorar estratégias para superar o problema. Até o momento, nenhuma decisão final foi tomada.
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