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Um comprimido por dia pode mudar o cenário do combate à obesidade. É o que sugere um estudo publicado no New England Journal of Medicine, apresentado durante a reunião anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes, em Viena.
O medicamento em questão é o orforglipron, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, e os resultados animam especialistas.
Nos testes clínicos, que envolveram 3.127 adultos obesos sem diabetes, a nova pílula mostrou números expressivos: 18,4% dos participantes que receberam a dose mais alta perderam 20% ou mais do peso corporal em 72 semanas.
Em média, as reduções variaram de 7,5% (dose de 6 mg) a 11,2% (dose de 36 mg). Mais da metade conseguiu emagrecer ao menos 10% do peso.
Assim como injeções já conhecidas, a substância atua nos receptores GLP-1, mas em versão oral, o que pode facilitar o acesso ao tratamento.
“Um comprimido diário pode permitir que mais pessoas tenham acesso a terapias para obesidade, especialmente aquelas que não conseguem arcar com os custos das injeções”, explica o Dr. Sean Wharton, coordenador do estudo na Universidade McMaster, no Canadá.
Além da perda de peso, os pacientes registraram melhora na pressão arterial, no colesterol LDL e na circunferência da cintura. Os efeitos colaterais mais comuns foram problemas gastrointestinais leves a moderados.
Ainda sem aprovação da FDA (EUA) e da Anvisa (Brasil), o orforglipron já desperta expectativa por sua praticidade.
Se confirmado, pode se tornar peça-chave no enfrentamento de um problema que atinge mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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