Política
O túnel submerso Santos-Guarujá, considerado um marco da engenharia nacional, será o primeiro desse tipo no Brasil.
A estrutura vai ligar as duas cidades do litoral paulista por 1,5 km de extensão, sendo 870 metros totalmente imersos sob o estuário de Santos.
Quando finalizado, o trajeto entre as margens, que hoje pode levar até uma hora por estrada ou balsa, será reduzido para apenas dois minutos.
Mais do que uma solução de mobilidade, o projeto simboliza um avanço estratégico para a região. A ligação direta trará previsibilidade ao transporte diário, melhorando o fluxo logístico do Porto de Santos e reduzindo a dependência das balsas, que hoje enfrentam longas filas e interrupções.
A proposta atende a uma demanda de mais de um século por uma conexão rápida e segura entre as duas cidades. Com um investimento estimado em R$ 6 bilhões, o túnel integra a carteira do Novo PAC e deve gerar cerca de 9 mil empregos diretos e indiretos durante sua execução.
De acordo com o governo federal, mais de 720 mil moradores de Santos e Guarujá serão beneficiados, com reflexos positivos em toda a Baixada Santista. A obra também trará ganhos de produtividade e redução de custos para empresas que dependem do porto, fortalecendo a economia local.
A inauguração está prevista para ocorrer entre 2030 e 2031, segundo o cronograma do Ministério de Portos e Aeroportos, segundo o ND+.
O túnel contará com seis faixas de rolamento, ciclovia, passagens de pedestres e espaço reservado para o futuro VLT, além de sistemas avançados de monitoramento, ventilação e segurança. O modelo escolhido foi o túnel imerso, técnica que utiliza módulos pré-moldados de concreto, afundados e encaixados no leito do canal.
Essa opção minimiza o impacto urbano e evita interferências em áreas sensíveis, como a Base Aérea de Santos e o intenso tráfego de navios. Cada segmento será cuidadosamente posicionado e protegido por camadas de areia e pedras para garantir estabilidade e durabilidade.
Atualmente, quem precisa cruzar o estuário depende das balsas ou de um desvio de cerca de 40 km por rodovia, sujeito a congestionamentos e variações de tempo. Com o túnel, a travessia será permanente e 24 horas por dia, oferecendo regularidade e economia para pedestres, ciclistas e motoristas.
O projeto também prevê integração com modos de transporte ativo, ampliando o acesso a serviços e oportunidades em ambas as margens.
Com isso, o túnel submerso Santos-Guarujá se consolida como uma das obras mais estratégicas do país, capaz de revolucionar a mobilidade regional e impulsionar o desenvolvimento logístico do maior porto da América Latina.
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