Política
Após décadas de espera, a Baixada Santista se prepara para receber uma das obras mais ambiciosas do país: o Túnel Santos-Guarujá. Avaliado em cerca de R$ 6 bilhões, o projeto deve encurtar a viagem entre as duas cidades de quase uma hora pela estrada para apenas dois minutos.
Segundo o Diário do Litoral, atualmente, a travessia é feita por balsas que levam em torno de 18 minutos, mas esse tempo pode aumentar bastante por causa de filas, atrasos e condições da maré. Cerca de 36 mil pessoas utilizam esse serviço diariamente, enfrentando longas esperas.
O consórcio responsável foi definido em 5 de setembro de 2025, durante leilão na sede da B3, em São Paulo. O contrato terá validade de 30 anos e inclui a construção, operação e manutenção da estrutura.
A iniciativa resulta de uma colaboração entre os governos federal e estadual, mas será conduzida pela iniciativa privada. Segundo especialistas, esse modelo de gestão deve garantir mais eficiência e menor custo aos cofres públicos.
De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, será empregada a mesma tecnologia usada no Fehmarnbelt, túnel que liga Alemanha e Dinamarca. Trata-se do primeiro túnel imerso do Brasil, considerado um marco para a engenharia nacional.
Diferente dos túneis escavados, essa técnica utiliza grandes blocos de concreto moldados em terra firme. Essas estruturas serão flutuadas até o local, afundadas e encaixadas no fundo do canal, sendo protegidas por camadas de areia e pedras.
A escolha se baseou no tipo de solo da região, composto por argilas moles, além da inviabilidade de erguer uma ponte devido à Base Aérea de Santos e ao intenso tráfego de embarcações.
A construção terá seis faixas de rolamento, ciclovia, calçada e um espaço destinado a um futuro VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). A previsão é que a obra impulsione a economia da região.
Segundo o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, o túnel será um ponto-chave para melhorar o transporte de cargas e conectar o Porto de Santos com maior agilidade e segurança.
“Essa ligação vai muito além da mobilidade urbana. É um passo histórico para a logística portuária do país”, destacou Ávila.
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