Política
Publicado em 05/05/2025, às 11h48 Giovana Sedano
O mais recente levantamento do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado nesta segunda-feira (5), revela um dado preocupante sobre a educação no Brasil: cerca de 29% da população entre 15 e 64 anos é considerada analfabeta funcional.
Isso significa que aproximadamente três em cada dez brasileiros nessa faixa etária têm dificuldade para compreender textos simples, identificar preços ou ler instruções básicas.
Esse cenário revela uma estagnação alarmante. O índice de analfabetismo funcional em 2024 é quase o mesmo de 2018, indicando que, apesar dos esforços em políticas educacionais nos últimos anos, o problema persiste sem avanços significativos. A falta de progressos sugere falhas estruturais nas estratégias de combate ao analfabetismo e à baixa alfabetização funcional.
Um dos dados mais preocupantes do estudo é o aumento do analfabetismo funcional entre os jovens. Na faixa dos 15 aos 29 anos, o índice subiu de 14% para 16% entre 2018 e 2024. O crescimento evidencia que, mesmo com maior acesso à escolarização, muitos jovens ainda saem da escola sem dominar plenamente habilidades básicas de leitura e escrita.
O Inaf classifica os brasileiros em cinco níveis de alfabetismo: analfabeto, rudimentar, elementar, intermediário e proficiente. Os dois primeiros configuram o analfabetismo funcional. Já os dois últimos indicam domínio consolidado das competências de leitura e interpretação de textos. O nível elementar representa um estágio intermediário, mas ainda insuficiente para lidar com demandas mais complexas do cotidiano.
A pesquisa também mostra como o analfabetismo funcional afeta diretamente a produtividade no trabalho. Entre os trabalhadores brasileiros, 27% são analfabetos funcionais e outros 34% alcançam apenas o nível elementar.
Apenas 40% dos ocupados demonstram alfabetismo consolidado, o que representa um grande desafio para o desenvolvimento econômico e social do país.
Diante desse panorama, especialistas defendem a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes. Investimentos na educação básica, formação de professores, programas de alfabetização para jovens e adultos, e iniciativas de leitura contínua são fundamentais para reverter esse quadro.
Erradicar o analfabetismo funcional é essencial para garantir cidadania plena e preparar o Brasil para um futuro mais justo e produtivo.
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