Política
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), desta vez após a decretação de sua prisão domiciliar determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (4/8). Em vídeo publicado nas redes sociais, Tarcísio classificou a medida como “absurda” e sugeriu que há uma perseguição em curso contra seu aliado político.
Sem mencionar diretamente o nome do ministro, o governador questionou as motivações por trás das decisões judiciais e fez um apelo por democracia: “Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la?”, disse, em tom de crítica.
No vídeo de cerca de 50 segundos, Tarcísio disse que Bolsonaro estaria sendo condenado por uma tentativa de golpe que, segundo ele, “não aconteceu”. “Foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar, por um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar”, declarou.
A fala reforça o posicionamento que Tarcísio tem adotado desde o início das investigações envolvendo Bolsonaro e seus aliados. Para o governador, as ações da Justiça sinalizam uma escalada autoritária que ameaça a liberdade de expressão e a convivência democrática no país.
“Hoje, cada um de nós brasileiros de bem, que acredita na liberdade, na democracia e na justiça, está sendo punido também. Mas saibam: não vão calar esse movimento”, finalizou.
Mesmo se manifestando publicamente em defesa de Bolsonaro, Tarcísio foi alvo de críticas entre apoiadores do ex-presidente por não ter comparecido à manifestação realizada no último domingo (3/8), na Avenida Paulista. À época, o governador justificou a ausência com motivos de saúde ele se recuperava de uma cirurgia na tireoide.
Essa não foi a primeira vez que Tarcísio se posicionou contra decisões do STF relacionadas a Bolsonaro. Quando foi determinada a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica, o governador classificou a medida como uma “humilhação”. Também falou em “sucessão de erros” no tratamento dado ao ex-presidente e alertou para os riscos à estabilidade do país: “Não haverá paz social sem paz política”, escreveu.
A nova ordem de prisão domiciliar contra Bolsonaro foi motivada por descumprimento de medidas cautelares. Moraes apontou que o ex-presidente participou, por telefone, de uma manifestação bolsonarista no Rio de Janeiro algo proibido pelas condições judiciais anteriores.
O conteúdo da ligação foi divulgado nas redes sociais por seus filhos, os senadores Flávio e Carlos Bolsonaro. Na ocasião, Bolsonaro estava em casa, em Brasília, e, segundo a Justiça, não poderia participar de eventos públicos ou de qualquer tipo de mobilização política.
Na decisão, Moraes foi categórico:
“A Justiça não permitirá que um réu faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico. A Justiça é igual para todos. O réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares pela segunda vez deve sofrer as consequências.”
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