Política

Tarcísio critica prisão de Bolsonaro e desafia decisões de Moraes: “Estão punindo todos nós”

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Governador de São Paulo reagiu à prisão domiciliar de Bolsonaro e afirmou que acusações contra o ex-presidente não se sustentam.  |   BNews SP - Divulgação Reprodução/ UOL
Gabriela Teodoro Cruz

por Gabriela Teodoro Cruz

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Publicado em 05/08/2025, às 09h00



O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), desta vez após a decretação de sua prisão domiciliar determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (4/8). Em vídeo publicado nas redes sociais, Tarcísio classificou a medida como “absurda” e sugeriu que há uma perseguição em curso contra seu aliado político.

Sem mencionar diretamente o nome do ministro, o governador questionou as motivações por trás das decisões judiciais e fez um apelo por democracia: “Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la?”, disse, em tom de crítica.

"Um crime que não existiu", afirma Tarcísio

No vídeo de cerca de 50 segundos, Tarcísio disse que Bolsonaro estaria sendo condenado por uma tentativa de golpe que, segundo ele, “não aconteceu”. “Foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar, por um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar”, declarou.

A fala reforça o posicionamento que Tarcísio tem adotado desde o início das investigações envolvendo Bolsonaro e seus aliados. Para o governador, as ações da Justiça sinalizam uma escalada autoritária que ameaça a liberdade de expressão e a convivência democrática no país.

“Hoje, cada um de nós brasileiros de bem, que acredita na liberdade, na democracia e na justiça, está sendo punido também. Mas saibam: não vão calar esse movimento”, finalizou.

Críticas anteriores e ausência na Paulista

Mesmo se manifestando publicamente em defesa de Bolsonaro, Tarcísio foi alvo de críticas entre apoiadores do ex-presidente por não ter comparecido à manifestação realizada no último domingo (3/8), na Avenida Paulista. À época, o governador justificou a ausência com motivos de saúde ele se recuperava de uma cirurgia na tireoide.

Essa não foi a primeira vez que Tarcísio se posicionou contra decisões do STF relacionadas a Bolsonaro. Quando foi determinada a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica, o governador classificou a medida como uma “humilhação”. Também falou em “sucessão de erros” no tratamento dado ao ex-presidente e alertou para os riscos à estabilidade do país: “Não haverá paz social sem paz política”, escreveu.

Nova prisão de Bolsonaro e decisão de Moraes

A nova ordem de prisão domiciliar contra Bolsonaro foi motivada por descumprimento de medidas cautelares. Moraes apontou que o ex-presidente participou, por telefone, de uma manifestação bolsonarista no Rio de Janeiro algo proibido pelas condições judiciais anteriores.

O conteúdo da ligação foi divulgado nas redes sociais por seus filhos, os senadores Flávio e Carlos Bolsonaro. Na ocasião, Bolsonaro estava em casa, em Brasília, e, segundo a Justiça, não poderia participar de eventos públicos ou de qualquer tipo de mobilização política.

Na decisão, Moraes foi categórico:

“A Justiça não permitirá que um réu faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico. A Justiça é igual para todos. O réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares pela segunda vez deve sofrer as consequências.”

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