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Publicado em 20/10/2025, às 09h52 Reprodução/ Freepik Gabriela Teodoro Cruz
Em julho de 2024, uma falha em uma atualização de software de uma única empresa de segurança cibernética provocou um colapso digital que afetou sistemas em todo o mundo.
Na ocasião, a CrowdStrike, companhia sediada nos Estados Unidos, lançou uma atualização que acabou derrubando computadores e redes corporativas globalmente. O erro sobrecarregou aeroportos, paralisou escritórios, atrasou voos e até interferiu em operações prisionais um cenário que ficou conhecido como o maior apagão cibernético da história recente.
O incidente voltou a ser lembrado nesta segunda-feira (20), após uma nova instabilidade atingir a nuvem da Amazon Web Services (AWS), afetando serviços como Alexa, Prime Video e o próprio site da empresa. Segundo a plataforma Downdetector, o problema começou durante a madrugada e foi parcialmente resolvido por volta das 8h, embora algumas requisições ainda estejam sendo limitadas.
A falha da CrowdStrike levantou alertas sobre a dependência global de poucas empresas na área de tecnologia e segurança digital. Autoridades dos Estados Unidos discutiram, na época, a necessidade de políticas mais robustas para evitar catástrofes semelhantes.
“Precisamos pensar sobre nossa resiliência digital — não apenas nos sistemas que usamos, mas também na segurança globalmente interconectada. É essencial garantir que, caso um incidente ocorra, ele possa ser contido e que a recuperação seja rápida”, afirmou Anne Neuberger, assessora sênior de segurança cibernética da Casa Branca, durante o Aspen Security Forum.
Embora o episódio de 2024 não tenha sido causado por hackers, ele reacendeu o temor sobre o impacto que um ataque cibernético poderia ter em larga escala. Especialistas lembram casos como o hack do software SolarWinds, em 2020 atribuído à Rússia e o ciberataque de 2017, que causou bilhões em prejuízos à economia global.
“O episódio do CrowdStrike mostrou o dano que um adversário mal-intencionado poderia causar se quisesse”, observou Tobias Feakin, ex-embaixador de segurança cibernética e tecnologia crítica do Ministério das Relações Exteriores da Austrália.