Cidade paulista vira capital do lobisomem e atrai visitantes com lendas e cachoeiras

Joanópolis, a cerca de 120 km de São Paulo e próxima à divisa com Minas Gerais, é famosa não só por suas paisagens deslumbrantes, como a imponente Cachoeira dos Pretos com 154 metros de altura, a segunda maior do estado, mas também por um mito que atravessa gerações: o lobisomem.

A fama da cidade como “Capital do Lobisomem” vem de histórias populares que remontam ao século XIX, quando um dos fundadores do município, Anselmo Caparica, teria sido confundido com a criatura. Segundo Valter Cassalho, folclorista e presidente da Associação de Criadores de Lobisomens, tudo começou numa noite chuvosa, quando Caparica saiu enrolado em um tecido grosso para socorrer um filhote de cachorro. Um raio iluminou a cena, assustando quem passava. “As pessoas juravam ter visto uma figura monstruosa em cima do cão”, relata Cassalho.

A narrativa se espalhou, ganhou força nos anos 1980 com uma pesquisa da escritora Maria do Rosário de Souza Tavares de Lima e virou livro. O reconhecimento nacional veio em 1998, após um comercial de TV que levou lendas brasileiras ao grande público, com participação de moradores da cidade.

De origem europeia e associada à mitologia grega, a crença no sétimo filho como um híbrido entre homem e fera chegou ao Brasil com os portugueses. Em Joanópolis, ela ganhou vida: há esculturas espalhadas pela cidade, bonecos artesanais à venda e até uma barbearia temática. A proprietária, Marina Neves, que se mudou para lá em 2016, também organiza aulas de dança no Espaço Cultural, onde o lobisomem divide o palco com uma sereia.

Embora ninguém tenha capturado uma imagem da criatura, a lenda vive entre estátuas, histórias e turistas curiosos.

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