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Cometa 3I/ATLAS pode ter rota alterada ao passar perto de Júpiter; entenda o fenômeno

Simulações mostram que o 3I/ATLAS, fenômeno raro que pode estar viajando sozinho há 10 bilhões de anos, terá uma aproximação com Júpiter em 2026  |  Foto: Michael Jaeger via Spaceweather.com

Publicado em 27/11/2025, às 10h10   Foto: Michael Jaeger via Spaceweather.com   Marcela Guimarães

A recém-publicação de um artigo no servidor de pré-impressão arXiv envolve o cometa interestelar 3I/ATLAS, que deve se despedir do Sistema Solar em 2026 e viver um encontro que pode alterar sua trajetória.

As simulações apresentadas no estudo tentam reconstituir o caminho do objeto ao longo de bilhões de anos, além de prever como será sua rota na saída definitiva do conjunto.

Descoberta e impacto do cometa

Revelado em julho, o 3I/ATLAS se destacou desde o início por cruzar o Sistema Solar a cerca de 58 km/s. Essa velocidade, incomum em cometas nativos, rapidamente levantou a suspeita de que se tratava de mais um visitante de fora da nossa vizinhança, o terceiro já identificado.

Apesar das especulações que surgiram nas redes sobre uma possível “nave alienígena”, não existe qualquer evidência nesse sentido. A curiosidade em torno do objeto segue rodando justamente porque ele pode trazer pistas de ambientes formados em regiões remotas da Via Láctea.

3I/ATLAS (Foto: Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA)

De onde ele veio (e para onde está indo)

Goldy Ahuja, do Laboratório de Pesquisas Físicas de Ahmedabad, e Shashikiran Ganesh, do Instituto Indiano de Tecnologia de Gandhinagar, lideram o esforço para reconstruir tanto o passado quanto o futuro do cometa.

Ainda sem definição, uma das hipóteses mais discutidas sugere que o 3I/ATLAS pode ter sido ejetado de um sistema pertencente ao chamado disco espesso da galáxia, uma região formada por estrelas antigas e com características diferentes das do disco fino, onde está localizado o Sol.

Chris Lintott, professor de Astrofísica da Universidade de Oxford, dá um gás para essa possibilidade com base no comportamento vertical do cometa ao atravessar o plano galáctico.

Em entrevista ao IFLScience, ele observa que a oscilação do 3I/ATLAS se encaixa no padrão típico de objetos associados ao disco espesso. O cometa pode ter sido expulso de um sistema planetário há bilhões de anos, viajando sozinho pelo espaço desde antes da formação do próprio Sistema Solar.

Um dos estudos citados reforça essa perspectiva ao sugerir que o cometa não se aproximou de nenhuma estrela nos últimos 10 milhões de anos e que poderia estar vagando pelo espaço há cerca de 10 bilhões.

As simulações também traçaram um panorama de seu percurso. Partindo da constelação de Sagitário, o cometa se aproxima do Sistema Solar rumo à constelação de Gêmeos, trajetória definida com base em 500 simulações.

O encontro de 2026

Um dos pontos de maior interesse é o encontro que o cometa deve ter antes de ir embora definitivamente. Os cálculos mostram que Marte e Júpiter influenciarão seu trajeto, mas o impacto do segundo planeta será mais relevante por conta de seu gigantesco campo gravitacional.

Em 16 de março de 2026, o 3I/ATLAS passará perigosamente próximo do limite da região de influência do planeta, o chamado raio de Hill. Esse encontro poderá provocar uma leve mudança na sua rota final.

Por fim, os pesquisadores calcularam quando o cometa estará melhor posicionado para observações detalhadas. De acordo com a posição da sonda Juno, da NASA, a janela mais favorável deve ocorrer entre 9 e 22 de março de 2026.

Classificação Indicativa: Livre


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