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Publicado em 09/12/2025, às 15h04 Foto: Divulgação/NASA Ana Caroline Alves
A imagem clássica de Marte como um planeta frio, seco e inóspito pode estar longe de contar toda a história. Um novo estudo científico publicado no início de dezembro na revista Communications Earth & Environment sugere que o Planeta Vermelho já viveu um período muito diferente do atual, com clima quente, chuvas intensas e água líquida na superfície.
A principal evidência está na descoberta de rochas “branqueadas”, analisadas pelo rover Perseverance, da NASA. Os fragmentos foram identificados na Cratera Jezero, uma extensa bacia de impacto com cerca de 45 quilômetros de diâmetro, conhecida por ter abrigado um lago bilhões de anos atrás, segundo apuração feita pelo O Globo.
Os pesquisadores identificaram que os fragmentos são ricos em caulinita, um mineral argiloso branco que, no nosso planeta, costuma se formar em ambientes de clima quente e extremamente úmido. Esse tipo de rocha surge após longos períodos de chuvas intensas, quando outros minerais são “lavados” do solo, restando a argila clara.
Para cientistas da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, a presença de caulinita em Marte é um forte indício de que o planeta experimentou milhões de anos de chuvas persistentes. Esse cenário lembra paisagens como a floresta amazônica ou áreas tropicais da África Ocidental, sugerindo um ambiente bem mais estável e favorável à água do que se imaginava.
A cientista planetária Briony Horgan, uma das autoras do estudo, afirmou que esses fragmentos podem estar entre os achados mais relevantes já observados pelo Perseverance, por apontarem para um Marte antigo “mais quente e úmido, onde chovia durante milhões de anos”.
Hoje, Marte é um mundo gelado, coberto por poeira e com uma atmosfera extremamente fina, composta em sua maioria por dióxido de carbono. A água líquida praticamente desapareceu da superfície, restando principalmente gelo subterrâneo, especialmente nas regiões polares.
Estimativas da NASA indicam que, há cerca de 4,3 bilhões de anos, Marte possuía água suficiente para cobrir todo o planeta com uma camada superior a 100 metros de profundidade. Com o passar do tempo e a perda da atmosfera, essa água foi se concentrando em lagos e rios, até praticamente desaparecer.
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