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Ronald McDonald foi, por décadas, o rosto mais marcante do McDonald’s. Um personagem divertido, colorido e totalmente voltado para o público infantil. Mas aos poucos ele deixou de aparecer, e isso não foi por acaso, segundo matéria da Exame.
Críticas de médicos, educadores e entidades de saúde começaram a ganhar força. A grande questão era simples: usar um personagem infantil para vender fast-food levantava preocupações éticas.
Afinal, Ronald não vendia só um lanche, ele criava um vínculo emocional com crianças, associando diversão a alimentos ultraprocessados.
Isso passou a incomodar, principalmente em um cenário de aumento da obesidade infantil e debates sobre responsabilidade das marcas.
Além do debate sobre saúde, o mundo mudou.A partir de 2015, palhaços começaram a ser vistos, em vários países, como figuras assustadoras.
Vídeos virais, filmes de terror, casos de “clowns sinistros” andando pelas ruas… tudo isso transformou a percepção pública.
O que antes era símbolo de alegria passou a ser lido como algo estranho ou até desconfortável. Para uma marca global, manter um palhaço como principal rosto podia gerar ruídos desnecessários.
Diante desse cenário, o McDonald’s fez um movimento silencioso mas calculado.
A empresa começou a reduzir a presença do Ronald na publicidade e passou a focar em outros pilares: qualidade dos produtos, conveniência, modernização das lojas e campanhas mais voltadas ao público adulto.
Em vez de fantasias e personagens, o marketing passou a apostar em lifestyle, experiência e posicionamento de marca.
Apesar de quase desaparecer das campanhas comerciais, Ronald McDonald não foi totalmente apagado.
Ele permanece como símbolo de uma das iniciativas sociais mais fortes da empresa: a Ronald McDonald House Charities (RMHC), que apoia famílias e crianças em tratamento médico.Ou seja, o personagem ainda existe só mudou de função.
O sumiço de Ronald McDonald diz menos sobre o palhaço e mais sobre a sociedade.
Marcas gigantes precisam acompanhar as transformações culturais, sociais e comportamentais. O que funcionava nos anos 90 não funciona automaticamente nos anos 2020.
E quando um símbolo icônico deixa de se encaixar nas novas sensibilidades, a empresa precisa se adaptar, mesmo que isso signifique deixar para trás uma das figuras mais marcantes de sua história.
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