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Sinal de rádio do objeto 3I/Altas intriga cientistas; o que a detecção na Terra pode revelar?

O radiotelescópio MeerKAT captou ondas de rádio do cometa, revelando detalhes sobre a sublimação do gelo em seu núcleo.  |  Foto: Reprodução/NASA

Publicado em 11/11/2025, às 09h39   Foto: Reprodução/NASA   Fernanda Montanha

Desde que foi identificado em julho de 2025, o cometa interestelar 3I Atlas tem despertado forte interesse na astronomia. O motivo mais recente é a primeira detecção confirmada de um sinal de rádio vindo do objeto, um feito inédito para esse tipo de visitante cósmico.

A captação ocorreu em 24 de outubro e foi divulgada nos dias seguintes, ampliando a discussão sobre sua origem e composição.

O registro foi feito pelo radiotelescópio MeerKAT, localizado na África do Sul. Os astrônomos identificaram linhas de absorção associadas a radicais de hidroxila, liberados quando o gelo do cometa sofre sublimação.

As frequências detectadas, de 1,665 e 1,667 GHz, correspondem exatamente ao padrão esperado desse processo químico. Isso reforça que o fenômeno observado é totalmente natural, embora seja extraordinário por ocorrer em um objeto de fora do Sistema Solar.

Apesar de o método parecer exótico, captar ondas de rádio de corpos celestes é uma prática rotineira da radioastronomia. A equipe já havia tentado esse monitoramento em setembro, mas sem sucesso. Na segunda tentativa, porém, o alinhamento entre cometa e antenas permitiu a recepção das ondas com clareza inédita, segundo o NSC Total.

Foto: Reprodução/NASA

Por que os sinais de rádio importam?

As ondas eletromagnéticas emitidas por cometas e outros astros são ferramentas valiosas para entender fenômenos invisíveis aos telescópios ópticos. Essas informações ajudam a reconstruir processos que moldam o Universo, como a formação de estrelas, galáxias e sistemas planetários. No caso do 3I Atlas, os dados confirmam que seu núcleo contém gelo originado em regiões extremamente frias da Via Láctea.

Com a aproximação do Sol durante o periélio, parte desse gelo passou diretamente do estado sólido para o gasoso, fenômeno que explica a recente tonalidade azulada observada no cometa. A mudança visual chamou atenção, mas agora os sinais de rádio oferecem uma confirmação física do processo.

Os pesquisadores já se preparam para uma nova fase de estudos. Em março de 2026, o cometa passará a cerca de 50 milhões de quilômetros de Júpiter. A sonda Juno tentará captar ondas entre 40 e 50 MHz, o que pode revelar características ainda desconhecidas do objeto interestelar.

Entre ciência e especulações

A notícia da emissão de rádio reacendeu teorias conspiratórias sobre a possibilidade de o 3I Atlas ser algum tipo de nave alienígena. Os especialistas, porém, reiteram que as emissões são naturais e coerentes com o comportamento de cometas que passam por mudanças térmicas intensas.

Assim, os novos registros fortalecem a compreensão científica sobre sua composição e trajetória, enquanto ajudam a desfazer narrativas fantasiosas sobre o terceiro visitante interestelar já identificado pela humanidade.

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