Ar-condicionado do carro consome mais gasolina? Descubra a verdade

O uso do ar-condicionado em carros movidos a combustão ainda levanta dúvidas quanto ao impacto no consumo de combustível. A maioria dos veículos brasileiros utiliza sistemas convencionais com embreagem eletromagnética, cujo funcionamento exige esforço extra do motor ao ser acionado.

Anderson Cesar Lira, técnico em automobilística, explica que o compressor do ar-condicionado é acionado por uma correia auxiliar nas polias do motor. Quando o sistema está desligado, gira livremente; ao ser ativado, realiza a sucção e compressão do gás refrigerante, exigindo mais energia do motor e, por consequência, aumentando o consumo - principalmente no trânsito urbano.

Entretanto, em rodovias, a situação muda. De acordo com Lira, com o carro em movimento e o ar-condicionado ligado, a aerodinâmica melhora quando os vidros se mantém fechados. Já com o ar desligado e as janelas abertas, a resistência do ar aumenta, o que pode levar a um consumo maior, mesmo sem o compressor em funcionamento. Essa diferença torna-se significativa em velocidades superiores a 60 km/h.

Lira também ressalta que modelos mais modernos contam com estratégias que reduzem o impacto do ar-condicionado no desempenho e no gasto de combustível. Um exemplo é o desligamento temporário do compressor em momentos que exigem mais potência do motor, como em ultrapassagens.

Além disso, novas tecnologias, como os compressores de fluxo variável, ajustam sua atividade conforme a temperatura interna do veículo. Diferente dos sistemas mais  tradicionais, esses compressores não necessitam estar 100% ativos o tempo todo, o que reduz o esforço do motor e contribui para uma maior eficiência energética.

Apesar dos avanços, a maioria da frota no Brasil ainda é formada por veículos com sistemas tradicionais ou variáveis, o que torna de extrema importância avaliar quando e como utilizar o ar-condicionado para equilibrar conforto e economia.

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