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Publicado em 27/06/2025, às 19h10 Foto: Freepik Marcela Guimarães
A partir de 1º de agosto, o Brasil vai passar a adotar a gasolina com 30% de etanol anidro, o chamado E30. A mudança, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na última quarta-feira (25), parece pequena, mas pode preocupar motoristas.
Em janeiro deste ano, o Ministério de Minas e Energia solicitou ao Instituto Mauá de Tecnologia um estudo para testar os impactos da mudança em carros e motos que só rodam com gasolina: os veículos monocombustível.
Foram avaliados o desempenho, consumo, emissões e dirigibilidade com o E30. Também foram usados veículos e motocicletas da frota brasileira, incluindo modelos mais antigos. A análise foi feita em laboratórios, pistas e até câmaras frias, simulando partidas em temperaturas mais baixas.
Um dos focos foi entender como os veículos reagiriam ao novo combustível. Segundo o relatório, “não houve alteração sistemática perceptível no comportamento dos parâmetros de ajuste da razão ar/combustível”, ou seja, o sistema eletrônico de injeção dos veículos conseguiu se adaptar sem dificuldades.
Não. A autonomia dos veículos testados não variou muito, segundo o estudo. Em um caso, o consumo foi 2,9% maior; em outro, 1,2% menor.
Em geral, o Instituto Mauá de Tecnologia afirma que “não houve impacto considerável nas emissões e autonomia em ciclos urbano e rodoviário que tenha sido causado pela alteração do combustível de E27 para E30”.
Não. Mesmo em câmaras frias, veículos novos e antigos conseguiram dar partida normalmente. O estudo confirmou que os sistemas de injeção eletrônica e até os carburadores conseguiram se adaptar ao novo teor de etanol.
Nos testes de aceleração e retomada, as diferenças entre E27 e E30 foram praticamente insignificantes. Em situações extremas, como em carros mais antigos ou com baixa potência, o tempo de retomada pode ter aumentado, mas pouco (em até 2,24 segundos): nada que afete o uso.
A mudança na gasolina veio acompanhada de uma atualização no diesel. Assim, a mistura de biodiesel sobe de 14% para 15%.
Essa alteração encontra resistência no setor de transporte. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) afirma que desde que o teor ultrapassou os 10%, também aumentaram os problemas mecânicos (entupimentos e falhas na injeção).
De tal forma, qualquer ampliação deve passar por testes técnicos. Empresas de transporte relatam, por exemplo, falhas em 60,3% das frotas após a introdução de mais biodiesel.
O E30 e o B15 surgem como estratégias para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, tornar o país mais “único” nesse sentido e reduzir as oscilações nos preços em momentos de crise.
Além disso, a opção pode ficar até R$ 0,11 mais barata por litro com a nova mistura e o país voltaria a ser autossuficiente em gasolina pela primeira vez em 15 anos.
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