O que aconteceu com Doca Street depois da morte de Ângela Diniz?

O caso Ângela Diniz voltou aos holofotes após a estreia da minissérie “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” na HBO Max. Raul Fernando “Doca” Street, assassino da socialite, também fica no centro das atenções.

Como relembra o Estadão, o empresário matou a então namorada com quatro tiros, em Búzios, no Rio de Janeiro, na virada de 1976, após uma discussão marcada pela tentativa de término do relacionamento.

Preso semanas depois, Doca se tornou personagem de um dos julgamentos mais midiáticos do período. A figura pública de Ângela, frequentemente retratada de forma machista pela grande imprensa, influenciou a condução do caso desde o início.

Como foi o julgamento de Doca Street?

O primeiro júri, em 1979, ficou marcado pela linha defensiva da equipe de advogados de Doca, liderada por Evandro Lins e Silva. Foi sustentada a tese de “legítima defesa da honra”, prevista no Código Penal de 1940. O argumento tinha como objetivo desqualificar Ângela, descrevendo-lhe como manipuladora, adúltera e dependente de drogas e álcool.

O júri, composto majoritariamente por homens, acatou a narrativa. Doca recebeu pena de apenas dois anos, com dispensa do cumprimento de parte da sentença, e ainda saiu do tribunal aplaudido.

A decisão provocou indignação na população e deu força ao lema feminista “quem ama não mata”, que ganhou as ruas na virada da década de 1970 para 1980.

A pressão popular levou à reabertura do processo. Em 1981, o empresário foi condenado a 15 anos, mas cumpriu somente três em regime fechado, progredindo até a liberdade no final da década.

O que aconteceu com Doca Street depois da prisão?

Segundo o Estadão, Doca viveu discretamente após a prisão. Em 2006, lançou o livro “Mea Culpa”, no qual apresentou sua versão da noite do crime. Na mesma época, admitiu ter merecido a segunda condenação e disse sentir vergonha da absolvição de 1979.

Ele morreu em 2020, aos 86 anos, vítima de parada cardíaca.

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