Polícia
Publicado em 29/05/2025, às 16h26 De acordo com a Polícia Civil, as músicas vão além da descrição da vida nas comunidades. - (Imagem: Reprodução/@flow_de_casa) Giovana Sedano
Na madrugada da última quinta-feira, o cantor Marlon Brandon Coelho Couto Silva, mais conhecido como MC Poze do Rodo, foi detido por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
A prisão aconteceu em sua casa no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, e faz parte de uma investigação que apura se suas músicas incentivam o crime, especialmente o tráfico de drogas e o porte ilegal de armas.
As autoridades informaram, durante entrevista coletiva, que os shows do artista frequentemente aconteciam em territórios dominados pelo Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Rio. Nos eventos, era comum a presença de criminosos armados, que, segundo a polícia, ajudavam a financiar as apresentações. Isso aponta uma relação entre o cantor e o crime organizado local do Rio.
Além disso, a polícia identificou que o consumo de drogas aumentava durante esses shows, elevando o faturamento das facções que atuam nessas regiões. A fama do MC atrai muitos jovens, o que fortalece ainda mais a rede do tráfico nessas comunidades e expande a influência dessas organizações.
De acordo com a Polícia Civil, as músicas de MC Poze vão além da descrição da vida nas comunidades. Para eles, as letras fazem apologia ao tráfico, à violência e ao uso ilegal de armas, incentivando a perpetuação dessas práticas.
O secretário de Polícia Civil do Rio, delegado Felipe Curi, afirmou que esse tipo de apologia pode ter efeitos mais perigosos do que a própria violência armada, principalmente entre os jovens.
Essa prisão reacende um debate importante sobre os limites da liberdade artística. Enquanto muitos defendem o direito à expressão cultural, as autoridades destacam a necessidade de evitar mensagens que possam estimular a criminalidade. O caso segue sob investigação e deve ter novidades em breve.