Polícia
Publicado em 23/08/2025, às 07h00 Reprodução/ G1 Gabriela Teodoro Cruz
Os números recentes indicam que o racismo ainda é uma realidade persistente dentro das escolas estaduais de São Paulo, com impactos diretos na convivência, aprendizado e bem-estar dos estudantes.
Entre janeiro de 2024 e julho de 2025, as escolas estaduais de São Paulo registraram 4.554 casos de injúria racial, o que representa uma média de oito incidentes por dia. Os dados foram obtidos pelo Metrópoles junto à Secretaria da Educação (Seduc), por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Do total de casos, 55,93% ocorreram no interior do estado, enquanto a capital registrou 24,31%. O restante das ocorrências foi distribuído entre a região metropolitana (17,96%) e o litoral (1,8%).
Especialistas afirmam que a situação preocupa por diversos motivos:
Impacto no aprendizado e desenvolvimento social: estudantes vítimas de injúria racial podem apresentar queda no desempenho escolar, ansiedade e isolamento.
Ambiente escolar inseguro: o racismo compromete a convivência e o sentimento de pertencimento dentro das escolas, afetando toda a comunidade escolar.
Subnotificação: muitos incidentes não chegam a ser registrados oficialmente, o que significa que os números divulgados representam apenas uma fração do problema real.
Especialistas alertam que a realidade pode ser ainda mais grave, já que muitos casos não são denunciados ou registrados oficialmente. O levantamento contabiliza apenas os incidentes que se tornaram conhecidos pela administração das escolas.
A Seduc optou por não divulgar os nomes das unidades escolares envolvidas, alegando que a exposição poderia gerar impactos negativos à comunidade, como pedidos de transferência, estigmatização das instituições e desestímulo à matrícula. Segundo a secretaria, essa medida visa garantir o direito à educação e a convivência escolar segura.
Ainda que o levantamento revele apenas casos conhecidos pelas administrações escolares, ele evidencia que o racismo permanece presente no dia a dia da educação pública e que medidas preventivas e educativas são essenciais para enfrentar o problema.
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