Política
Publicado em 04/12/2025, às 11h38 Foto: Reprodução/Agência Brasil Fernanda Montanha
Uma ala de caminhoneirosameaça realizar uma greve geral a partir desta quinta-feira (4), liderada pela União Brasileira dos Caminhoneiros (UBC). No entanto, a maior parte da categoria diverge da iniciativa e teme que a paralisação seja usada com fins políticos.
Na terça-feira (3/12), a UBC protocolou uma petição junto à Presidência da República, apresentando 18 pleitos, entre eles: estabilidade contratual, reestruturação do Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas, atualização do piso mínimo do frete, congelamento das dívidas de caminhoneiros autônomos por 12 meses e aposentadoria especial após 25 anos de atividade.
Também estão na lista a isenção de pesagem entre eixos, linha de crédito de até R$ 200 mil e destinação de 30% das cargas de empresas estatais para motoristas autônomos. A entidade ainda pede medidas para regularizar motoristas envolvidos em mobilizações anteriores.
O representante da UBC, Francisco Burgardt, conhecido como Chicão, negou ao Infomoney qualquer ligação da greve com a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro ou com a pauta de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Segundo ele, a questão da anistia se refere a processos anteriores de greves, como o seu próprio caso, em que ainda possui contas bloqueadas. A entidade estima que a mobilização inicial terá adesão de cerca de 20% da categoria.
Organizações que representam caminhoneiros, como a Abrava e a CNTTL, descartam apoiar a paralisação com viés político. Para o presidente da Abrava, Wallace Landim (Chorão), incluir a pauta de anistia é inapropriado: “Não é justo levantarmos uma pauta política, de fato”, disse.
O diretor da CNTTL, Carlos Litti, reforçou: “No meio de pautas justas, pedir anistia por crimes cometidos nos últimos dez anos é um absurdo”.
Apesar da rejeição formal, lideranças mais inflamadas da categoria podem organizar ações regionais de acordo com preferências políticas individuais.
Historicamente, os caminhoneiros foram um dos segmentos que mais apoiaram a eleição de Bolsonaro em 2018, e tentativas de mobilização pró-ex-presidente já ocorreram neste ano, mas sem sucesso em articular uma paralisação nacional.
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